E EM ALAGOAS? Produtores de cana arrendam usinas em Pernambuco e retomam a indústria sucroenergética do estado

Setor, que viu diversas indústrias fecharem nos últimos anos, volta a registrar bom faturamento após a atuação de agricultores cooperados.

O sistema de cooperativas está mudando a realidade de produtores de cana-de-açúcar de Pernambuco. Por lá, agricultores uniram forças para reabrir usinas no estado. O resultado traz esperanças para um setor que vem enfrentando muitas dificuldades nas últimas décadas.

No total, a indústria canavieira emprega cerca de 60 mil pessoas, especialmente porque Pernambuco é um dos estados com a menor taxa de mecanização nas lavouras de todo o Brasil, cerca de 4%.

E para muita gente, como os cortadores de cana, é a única opção de trabalho. No estado, eles recebem, em média, R$ 2 mil por mês.

A importância da cana-de-açúcar para Pernambuco é histórica, um dos primeiros engenhos do país foi instalado na Ilha de Itamaracá. E, há quase 5 séculos, o verde dos canaviais está presente na paisagem da Zona da Mata, perto do litoral.

Além disso, a antiga capital canavieira, Olinda, onde os senhores de engenhos viviam como nobres, é hoje patrimônio histórico e cultural da humanidade.

A crise

Porém, os bons ventos passaram e, nas últimas décadas, o setor do açúcar e álcool de Pernambuco enfrentou diversas crises. A produtividade das lavouras caiu e as indústrias não conseguiram se modernizar.

Com o fechamento dessas indústrias, a situação ficou difícil para os produtores rurais. Sem ter para quem vender, parecia o fim da linha e muitos abandonaram a atividade.

Mas foi no meio da crise que os fornecedores encontraram uma alternativa desafiadora: reabrir as usinas e assumir o comando delas.

A retomada

O produtor Gerson Carneiro Leão foi um dos responsáveis pela criação da cooperativa Agrocan. Como primeiro empreendimento do grupo, arrendou a centenária usina Pumaty, que estava fechada havia 2 anos.

Agora, um grupo de 38 cooperados e 1800 fornecedores são os responsáveis pela usina. Eles recebem um incentivo fiscal que chega a 18,5% de desconto em impostos.

“Os donos são os cooperados e os fornecedores. O lucro é investido com os associados e, na safra passada, nós demos de bonificação mais de R$ 18 por tonelada de cana. Isso em 200 mil (toneladas) dá quase R$ 12 milhões”, conta Leão.

Quando a cooperativa arrendou a usina, convidou um grupo de funcionários para recuperar os equipamentos. O detalhe é que todo o trabalho foi voluntário, com o pagamento simbólico de uma cesta básica. Era apenas uma aposta no futuro.

Com G1.

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