O julgamento de Dominique ocorreu em dezembro, quando foi considerado culpado por estupro com agravantes, além de gravar e distribuir imagens das violações. A pena máxima para esse tipo de caso na França foi aplicada e ele agora enfrenta a perspectiva de passar o resto de sua vida na prisão, precisando cumprir dois terços da pena para solicitar liberdade condicional.
A advogada Béatrice Zavarro destacou que a decisão de não recorrer da sentença foi tomada para poupar Gisèle de um novo calvário e confrontos. Outros 50 réus foram julgados no mesmo caso, com a maioria sendo considerada culpada de estupro. Entre eles, havia um homem acusado de abusar sexualmente de sua esposa com a ajuda de Dominique, sendo apelidado de “discípulo” durante o julgamento.
Os réus receberam penas que variaram de três anos de prisão, sendo dois com liberdade condicional, a 20 anos de detenção, a pena máxima aplicada a Dominique. Um dos réus foi condenado a 12 anos de prisão, enquanto outro foi sentenciado a 15 anos por estuprar Gisèle em seis ocasiões.
Dentre os 50 réus, 17 já apresentaram recursos contra a decisão do tribunal. Este caso de abuso e violência perpetrado por Dominique Pelicot chocou a sociedade francesa e teve repercussão internacional. A coragem de Gisèle Pelicot em tornar público seu sofrimento e enfrentar o julgamento com o rosto descoberto foi um ato de resistência e solidariedade, tornando-a um ícone feminista global.
O esquema monstruoso de Dominique foi revelado em 2020, após sua prisão por filmar mulheres em um supermercado. Investigações posteriores revelaram cenas de abuso sexual contra sua esposa e também outras mulheres, levando à identificação de mais de 50 homens envolvidos. Este caso continua a gerar indignação e reflexão sobre a violência de gênero e a necessidade de combater abusos e agressões.