Desde a abertura do mercado, o dólar apresentou uma trajetória de crescimento, mesmo em um cenário de enfraquecimento da moeda americana no exterior. Em pouco tempo de negociação, a divisa ultrapassou os R$ 6,00 e alcançou o valor de R$ 6,1155.
No entanto, ao longo do dia, algumas declarações vindas de Brasília trouxeram um certo alívio para o mercado. O presidente da Câmara, Arthur Lira, garantiu que medidas de corte de gastos serão priorizadas, mas ressaltou que iniciativas que envolvam renúncia de receita serão avaliadas apenas em 2025. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, reforçou que a isenção de Imposto de Renda não é uma pauta imediata e só será discutida se houver condições para isso.
Essas declarações foram interpretadas pelo mercado como um passo em direção à responsabilidade fiscal, o que contribuiu para amenizar a tensão causada pelos anúncios recentes do governo. Com isso, o real ensaiou uma recuperação ao longo do dia, mas o dólar ainda fechou em alta de 0,20%, cotado a R$ 6,0012.
Para os especialistas, a volatilidade do mercado pode diminuir à medida que as medidas anunciadas pelo governo sejam assimiladas. No entanto, o cenário ainda é incerto e fatores externos, como o retorno de Donald Trump à Casa Branca, podem limitar a valorização do real. Para uma estabilização mais consistente, será necessário um conjunto de medidas mais amplas, que incluam a venda de dólares, aumento da taxa Selic e um ajuste fiscal mais robusto.