Essa escalada no valor do dólar ocorre em um contexto de crescente preocupação com o déficit público do Brasil, que levou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a anunciar um conjunto de cortes nos gastos do governo. Na noite anterior, Haddad revelou um plano de redução de R$ 70 bilhões nos orçamentos de 2025 e 2026, o que gerou amplas expectativas no mercado. Entre as medidas propostas estão cortes nos orçamentos dos ministérios, a introdução de limites nos aumentos anuais do salário mínimo e a criação de uma nova tributação de 10% sobre os rendimentos anuais acima de R$ 600 mil.
Entretanto, o anúncio não foi bem recebido pelos investidores, que o consideraram insuficiente para enfrentar a realidade fiscal do país. A proposta de isentar do imposto de renda aqueles que ganham menos de R$ 5 mil mensais, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também se tornou um ponto de preocupação, reforçando as incertezas sobre a sustentabilidade fiscal a longo prazo.
O descontentamento do mercado com as medidas do governo reflete um cenário desafiador para a gestão econômica brasileira. Analistas temem que a combinação de altos gastos públicos e promessas de isenção tributária possa comprometer os esforços para estabilizar a economia, ampliando assim a pressão sobre a moeda nacional e exacerbando a volatilidade no cenário financeiro. O futuro próximo indica que os investidores continuarão a observar atentamente as respostas do governo e as reações do mercado, em busca de sinais que possam restaurar a confiança na economia brasileira.