Os documentos, revelados por Maria Pevchikh, diretora da fundação anticorrupção criada pelo opositor de Putin, Alexei Navalny, mostram um e-mail de um funcionário da maior empresa de navegação da Rússia, o Grupo SCF, enviado ao estaleiro alemão em janeiro de 2022. Nele, o proprietário do iate, chamado Graceful, expressa insatisfação com uma reforma em andamento na embarcação e exige que ela saia de Hamburgo em 1º de fevereiro. Vale ressaltar que no dia 24 do mesmo mês, tropas russas avançaram sobre o território ucraniano.
A jornalista afirma que ainda faltava um ano para o estaleiro concluir a reforma e consertar os buracos na superfície do iate. No entanto, eles foram obrigados a cancelar as obras e preparar a embarcação para zarpar. A tripulação do iate também teve que encerrar seus contratos de residência na Alemanha e deixar o país.
Segundo relatórios, o iate foi rebocado para fora de Hamburgo no dia 7 de fevereiro e rebatizado como Kosatka, que significa “baleia assassina” em russo. O veículo conta com uma piscina coberta de 15 metros, que pode ser transformada em um teatro ou uma pista de dança com o simples toque de um botão. Além disso, possui heliporto, academia, adega para 400 garrafas, biblioteca, spa e um bar.
A transferência do iate de Putin levanta questões sobre a conexão entre suas ações e a invasão à Ucrânia. A pressa em retirar a embarcação do estaleiro demonstra uma preocupação em evitar que o líder russo fosse afetado pelas sanções internacionais. Essa notícia confirma a teoria de que Putin estaria agindo de maneira premeditada, se preparando para uma ação militar enquanto tentava escapar das consequências políticas e econômicas decorrentes dessa decisão. Diante desses fatos, as acusações de corrupção e abuso de poder ganham ainda mais força, alimentando a insatisfação popular e a revolta de opositores como Navalny.