O protocolo foi discutido em uma reunião na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, liderada por Anderson Torres, dias antes dos acontecimentos. O documento destacava a necessidade de providências, como o cercamento do prédio do STF com gradis e a presença de vinte gradis ao lado do Ministério da Justiça. Além disso, o planejamento indicava a liberação de espaço no estacionamento para ambulâncias. No entanto, o protocolo deixava lacunas em informações essenciais, como a estimativa de público e detalhes sobre o local das manifestações.
A falta de dados concretos e a subestimação do perigo dos ataques contra a democracia foram evidenciados nos dias que antecederam o evento. A preocupação do coordenador de Segurança Institucional do STF com possíveis ações contra o Tribunal, somada aos alertas sobre invasões a órgãos públicos e blocos de refinarias, indicava a gravidade da situação. Apesar disso, o efetivo da PMDF foi direcionado de forma inadequada, com policiais recém-ingressados na corporação sendo escalados para conter os manifestantes.
Esses erros de planejamento e a falta de ações efetivas contribuíram para o desfecho caótico dos eventos do dia 8 de janeiro de 2023. A Procuradoria-Geral da República apontou falhas na atuação da Polícia Militar do Distrito Federal, que não foi capaz de conter as invasões e garantir a segurança dos prédios públicos. A denúncia enviada ao STF revelou falhas na escalação do efetivo e na falta de preparo para lidar com situações de confronto.
Em meio a essas revelações, fica claro que a segurança da capital federal foi comprometida pela ausência de um planejamento adequado e pela subestimação dos riscos envolvidos na manifestação de 8 de janeiro. O episódio serve como um alerta para a importância de um planejamento eficiente e da atuação conjunta das forças de segurança para garantir a ordem e a paz em eventos de grande porte como esse.