Dissolução da Liga dos Social-Democratas de Hong Kong Marca Novo Capítulo na Repressão a Grupos Pro-Democracia Após Anos de Conflito e Silenciamento.



A Liga dos Social-Democratas (LSD), um partido histórico defensor da democracia em Hong Kong, anunciou sua dissolução em uma coletiva de imprensa realizada no último domingo, dia 29. A decisão foi tomada em meio a uma crescente repressão política que, ao longo dos últimos anos, tem silenciado as vozes da oposição na região. Desde os massivos protestos antigovernamentais de 2019, muitos líderes ativistas enfrentaram processos judiciais e detenções sob uma rigorosa lei de segurança nacional imposta pela China em 2020. A repressão foi tão severa que numerosos grupos da sociedade civil e órgãos de comunicação crítica foram forçados a fechar suas portas.

Fundada em 2006, a Liga era uma das últimas organizações pró-democracia ativas, promovendo protestos e atividades nas ruas, mesmo em um ambiente cada vez mais hostil. Chan Po-ying, a presidente do partido, revelou que a difícil decisão pela dissolução foi fruto de intensas deliberações sobre as repercussões para os membros da liga. Embora tenha se recusado a detalhar a pressão que enfrentaram, expressou orgulho pela contribuição do partido ao movimento democrático da cidade.

Com a aproximação do 28º aniversário da devolução de Hong Kong à China, a atmosfera de desilusão se intensifica. Tradicionalmente, o dia 1º de julho seria marcado por manifestações em prol da democracia. No entanto, a maioria dos grupos que organizavam esses protestos foram dissolvidos, e muitos ativistas estão atrás das grades. A repressão levantou preocupações sobre o comprometimento das liberdades prometidas pela China em 1997, com críticos alegando que a situação só tende a se agravar.

Recentemente, outros partidos, como o Partido Democrático, começaram a considerar a possibilidade de dissolução, refletindo o desânimo generalizado entre os grupos de oposição. Chan observou que o princípio de “um país, dois sistemas” parece ter sido desmantelado, resultando em um cenário em que Hong Kong se movimenta sob uma única abordagem centralizadora.

O LSD, embora já tenha alcançado representatividade significativa na legislatura local, viu suas cadeiras esvaziadas ao longo do tempo. Sua trajetória de confrontação, que incluía táticas de protesto mais ousadas, manteve-se na memória da população. Durante a coletiva de imprensa de encerramento, Chan, emocionada, manteve a esperança viva, dizendo que o caminho para a democracia é árduo, mas enfatizou a importância de manter a chama da resistência acesa, mesmo que essa luz seja tênue. A luta por um Hong Kong democrático, segundo ela, ainda que esconda desafios, nunca deve ser esquecida.

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