Fundada em 2006, a Liga era uma das últimas organizações pró-democracia ativas, promovendo protestos e atividades nas ruas, mesmo em um ambiente cada vez mais hostil. Chan Po-ying, a presidente do partido, revelou que a difícil decisão pela dissolução foi fruto de intensas deliberações sobre as repercussões para os membros da liga. Embora tenha se recusado a detalhar a pressão que enfrentaram, expressou orgulho pela contribuição do partido ao movimento democrático da cidade.
Com a aproximação do 28º aniversário da devolução de Hong Kong à China, a atmosfera de desilusão se intensifica. Tradicionalmente, o dia 1º de julho seria marcado por manifestações em prol da democracia. No entanto, a maioria dos grupos que organizavam esses protestos foram dissolvidos, e muitos ativistas estão atrás das grades. A repressão levantou preocupações sobre o comprometimento das liberdades prometidas pela China em 1997, com críticos alegando que a situação só tende a se agravar.
Recentemente, outros partidos, como o Partido Democrático, começaram a considerar a possibilidade de dissolução, refletindo o desânimo generalizado entre os grupos de oposição. Chan observou que o princípio de “um país, dois sistemas” parece ter sido desmantelado, resultando em um cenário em que Hong Kong se movimenta sob uma única abordagem centralizadora.
O LSD, embora já tenha alcançado representatividade significativa na legislatura local, viu suas cadeiras esvaziadas ao longo do tempo. Sua trajetória de confrontação, que incluía táticas de protesto mais ousadas, manteve-se na memória da população. Durante a coletiva de imprensa de encerramento, Chan, emocionada, manteve a esperança viva, dizendo que o caminho para a democracia é árduo, mas enfatizou a importância de manter a chama da resistência acesa, mesmo que essa luz seja tênue. A luta por um Hong Kong democrático, segundo ela, ainda que esconda desafios, nunca deve ser esquecida.