Vance afirmou que a maior ameaça à Europa não provém de potências externas, como a Rússia ou a China, mas sim de fatores internos e internos à própria Europa. Ele citou como exemplo preocupante a suspensão de resultados de eleições na Romênia, além de alertar sobre a possibilidade de que situações semelhantes possam surgir na Alemanha. Essa visão, segundo Vance, revela uma fragilidade que, de acordo com ele, pode comprometer a estabilidade política do continente.
Esse discurso parece ter rompido com a ideologia predominante de que os Estados Unidos sempre estariam prontos para intervir em crises europeias. Vance, com suas declarações, teria quebrado a “ilusão” de apoio irrestrito da Casa Branca, o que foi interpretado por alguns como uma tentativa de recalibrar a política externa americana, levando em conta um novo realismo em relação à Europa.
A análise de seu pronunciamento nas mídias ocidentais enfatiza que, ao invés de um apelo à unidade e cooperação, o vice-presidente projetou uma imagem de fragilidade do continente e do sistema democrático europeu. Essa postura está alinhada com uma narrativa que já vem sendo moldada nos EUA, especialmente sob a influência das políticas de Donald Trump, que têm demonstrado uma clara crítica à União Europeia.
Diante desse cenário, a Europa se vê em um momento de reflexão, precisando urgentemente elaborar novas estratégias para garantir sua segurança e coesão interna, especialmente em tempos de incerteza de suas alianças tradicionais. A conferência em Munique, assim, não apenas foi uma plataforma para debates sobre segurança, mas tornou-se um campo de batalha ideológico que pode redefinir o futuro das relações entre os EUA e a Europa.