Dirigente do Vasco vê clube em grave crise institucional



Em meio a uma situação muito delicada no futebol, com resultados ruins e duas trocas de técnico até a metade do Brasileiro, o Vasco também vive uma “grave crise institucional”. A afirmação é do presidente do Conselho Deliberativo do clube, Roberto Monteiro. Em entrevista ao Portal Terra, ele faz um alerta sobre problemas que estariam atingindo vários setores do clube e se une a dezenas de conselheiros para cobrar “transparência” sobre a saúde financeira do Vasco.

Monteiro está em rota de colisão com o presidente Alexandre Campello e diz que um dos motivos para isso é a inexistência, até o momento, de documentos financeiros que mostrem, por exemplo, o total recebido pelo Vasco da venda do jovem atacante Paulinho para o Bayer Leverkusen, da Alemanha, e o destino desse dinheiro, atesta o Terra.

“Não é possível que a presidência não preste contas ao Conselho Fiscal. Em nome do Conselho Deliberativo, pedimos formalmente isso várias vezes e nada. Isso é estatutário, não é favor.”

Presidente do Vasco, Alexandre Campello
Presidente do Vasco, Alexandre Campello

Foto: Celso Pupo / Fotoarena / Estadão Conteúdo

No último dia 17, Monteiro integrou o grupo que recusou por 89 a 88 votos que o Vasco antecipasse R$ 38 milhões pelos direitos de transmissão de seus jogos no Brasileiro. A transação teria a TV Globo como garantidora. Na assembleia realizada na sede da Lagoa, na zona sul do Rio, Campello fez um apelo, tenso, para que houvesse a aprovação do pedido, assinalando que sem esse dinheiro o Vasco entraria em colapso já em setembro.

“Se for o melhor para o Vasco, isso pode ser revertido e o Conselho Deliberativo não se furtará a autorizar a antecipação. Mas, antes, temos de saber, como estão as contas, onde os recursos do clube estão sendo aplicados. Isso nos tem sido negado. Precisamos ter acesso aos documentos financeiros do Vasco. Esse ambiente é perigoso”, disse Monteiro.

A constatação de que o “ambiente é perigoso” é facilmente identificável. Nos jogos do Vasco, é nítida a divisão da torcida em suas manifestações. Muitos expressam na arquibancada o sentimento de seus respectivos grupos políticos no clube. Em campo, os jogadores se deixam contaminar por essa atmosfera adversa e o Vasco se vê margeando a zona de rebaixamento do Brasileiro.

Resposta – Por meio da Assessoria de Imprensa, o presidente Alexandre Campello falou ao Terra sobre as queixas de Monteiro. Confira abaixo:

“O presidente entende que os questionamentos por parte do presidente do Conselho Deliberativo são absolutamente de caráter político. No dia 17 de agosto, foi feita aos conselheiros uma apresentação bastante detalhada sobre o destino de todo o dinheiro que entrou no clube em 2018 – inclusive, a receita proveniente da venda do atleta Paulinho.

É importante ressaltar que o Vasco não tem qualquer obrigação do corrente ano em atraso e, mais do que isso, já quitou uma série de dívidas anteriores à atual gestão. Os recursos arrecadados foram usados na manutenção do clube e de suas obrigações.

Esta é uma gestão que tem dado prioridade à diminuição das despesas e ao aumento da arrecadação. Sobre os documentos, todos estão sendo entregues ao Conselho Fiscal. Cabe lembrar ainda que a Diretoria Administrativa tem adotado uma série de medidas com o objetivo de reforçar a transparência e conferir ainda mais credibilidade às suas informações contábeis, entre as quais a contratação da KPMG para consultoria financeira, da Grant Thornton, para elaboração do balanço, e o sistema integrado de gestão da TOTVS, empresas entre as mais conceituadas do mundo no mercado corporativo.”

25/08/2018

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