Em uma recente participação em um seminário promovido pela Fundação Palmares em celebração ao Dia da Consciência Negra, Zezito Araújo destacou que, apesar de muitos considerarem o surgimento das organizações negras no século 20 como o momento fundamental da luta, tudo começou muito antes, em 1597, com Aqualtune, a princesa congolesa que liderou a resistência na região.
Araújo também ressalta a importância de entender Palmares não apenas como um local de batalhas pela liberdade, mas como uma experiência de construção social e organização. Ele destaca a capacidade tecnológica da comunidade, mencionando a produção de vinhos, azeites, e manteiga, como evidências do nível de organização e desenvolvimento atingido pelo quilombo.
O historiador defende a necessidade de disputar conceitos como liberdade, que muitas vezes são associados a eventos históricos de outros países, como a Revolução Francesa. Ele ressalta que a ideia de liberdade esteve presente no Quilombo dos Palmares e nas lutas dos negros que foram assassinados na região. Para Araújo, esse é o verdadeiro patrimônio imaterial e a grandeza da história do Brasil.
Araújo salienta a importância de reconhecer o legado dos quilombos na história do Brasil e reforça a necessidade de compreender Palmares como uma lição e uma experiência significativa para a sociedade brasileira moderna. Ele destaca a importância do reconhecimento e preservação desse legado como parte fundamental da história e da identidade cultural do país. Ao defender essa visão, o historiador reforça a relevância de compreender Palmares como um momento fundador dos movimentos de resistência negra no Brasil e como parte essencial da história do país.