DIREITOS HUMANOS – Violência doméstica: pesquisa revela que mulheres negras são as mais ameaçadas de morte por parceiros em relacionamentos românticos.



Segundo dados da pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil, no Brasil, 21% das mulheres já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos. Além disso, seis em cada dez conhecem alguma mulher que vivenciou essa situação. É importante ressaltar que as mulheres negras (pretas e pardas) aparecem em maior número nesses casos.

O levantamento revela que, após serem ameaçadas, seis em cada dez mulheres decidiram romper com o agressor. Essa decisão foi mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas. A pesquisa, divulgada recentemente, contou com o apoio do Ministério das Mulheres e foi viabilizada através de uma emenda da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP).

De acordo com o relatório, apesar de 44% das vítimas ficarem com muito medo, apenas 30% delas prestaram queixa à polícia e 17% pediram medida protetiva. Esses números estão diretamente relacionados à percepção de impunidade das mulheres agressoras. A pesquisa também evidencia que a maioria das brasileiras acredita que os agressores não pagam pelo mal que fazem, o que contribui para o aumento dos casos de feminicídio.

É importante destacar que, segundo a pesquisa, o ciúme e a possessividade dos agressores são apontados como causas principais por trás dos casos de feminicídio. Um exemplo marcante é o caso de Zilma Dias, que perdeu sua sobrinha de 17 anos para o feminicídio. A jovem foi morta pelo ex-companheiro com quem tentava se desvencilhar, evidenciando a gravidade dessas situações.

A pesquisa também aponta que a rede de atendimento às mulheres, embora boa, não dá conta da demanda. As campanhas de estímulo a denúncias e as redes sociais são apontadas como ferramentas poderosas no enfrentamento à violência. No entanto, há uma percepção de que nem a Justiça, nem as autoridades policiais encaram as ameaças e denúncias com a seriedade devida, o que contribui para a sensação de impunidade e para o aumento dos casos de feminicídio.

Em meio a esses dados alarmantes, é fundamental que as vítimas de violência doméstica saibam onde encontrar informações e pedir ajuda. O telefone 180, as delegacias especializadas no atendimento à mulher e a Casa da Mulher Brasileira são alguns dos recursos disponíveis para auxiliar as mulheres em situações de violência. A conscientização e a denúncia são passos essenciais para combater esse grave problema que afeta milhares de mulheres em todo o país.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo