DIREITOS HUMANOS – Violência armada atinge números alarmantes em regiões metropolitanas do Brasil, com mais de 6.700 tiroteios e quase 6 mil vítimas em 2024.

Em um ano marcado por altos índices de violência armada, o Instituto Fogo Cruzado divulgou seu relatório anual, revelando dados chocantes sobre tiroteios nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Recife, Belém e Salvador. De acordo com o levantamento, em 2024 foram registrados 6.769 tiroteios, resultando em 5.936 pessoas baleadas, 4.104 mortos e 1.832 feridos.

Uma das informações mais alarmantes do relatório é que quase um terço dos tiroteios monitorados (29%) ocorreram durante ações policiais. Isso levanta questões sobre o uso da força letal pelo Estado e a necessidade de políticas de segurança mais eficientes e humanizadas.

A diretora-executiva do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Olliveira, destacou a gravidade da situação, principalmente para crianças, adolescentes e comunidades vulneráveis. Ela ressaltou a flexibilização do acesso a armas de fogo e a falta de mecanismos de fiscalização como fatores que contribuem para a manutenção do ciclo de violência.

O relatório também apontou um aumento significativo no número de armas registradas, chegando a cerca de 4,8 milhões em posse da população civil. Além disso, entre 2015 e 2024, 51 mil pessoas morreram em confrontos com agentes de segurança, evidenciando a gravidade da situação em todo o país.

Detalhando a situação em cada uma das regiões metropolitanas analisadas, o relatório revelou que o Rio de Janeiro teve o menor número de tiroteios desde 2017, mas registrou a maior proporção de tiroteios policiais em 2024. Em Pernambuco, os índices de violência foram os mais preocupantes, com 97% dos disparos resultando em vítimas.

Na Bahia, houve uma pequena redução no número de tiroteios em comparação ao ano anterior, mas ainda assim a região registrou uma média de cinco tiroteios diários, com 38% desses confrontos relacionados a ações policiais. Já no Pará, 42% dos tiroteios ocorreram durante ações policiais, o maior índice entre os estados monitorados.

Diante desses números alarmantes, a diretora do Instituto Fogo Cruzado ressaltou a urgência de políticas públicas coordenadas e baseadas em evidências para combater a violência armada. Ela chamou a atenção para a necessidade de controle de armas, fiscalização mais eficiente e reformulação das estratégias de enfrentamento, destacando a importância de ações articuladas entre o poder público e a sociedade civil para enfrentar esse cenário de violência que impacta a vida de milhões de brasileiros.

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