Apesar de alguns avanços desde o ano 2000, a realidade do saneamento básico nesta área continua alarmante. Em 2022, mais de 9,4 milhões de pessoas não tinham acesso a água tratada, enquanto 21,9 milhões careciam de coleta de esgoto. A situação é crítica, pois apenas 16,8% do esgoto gerado na Amazônia foi efetivamente tratado, gerando um despejo anual de aproximadamente 851 milhões de metros cúbicos de esgoto sem tratamento nos rios da região.
Pesquisadores são unânimes em afirmar que a universalização do saneamento é uma meta essencial a ser alcançada até 2040. Os R$ 330 bilhões projetados consideram a equação entre ganhos e custos sociais. Os benefícios diretos relacionados a esse investimento, como a renda gerada pelas atividades de saneamento e os impostos, somam R$ 273,7 bilhões. Além disso, há uma expectativa de que a redução de custos relacionados à saúde e ao aumento da produtividade traga ganhos de aproximadamente R$ 242,9 bilhões.
A presidente do Instituto Trata Brasil ressalta que a universalização do saneamento é vital para melhorar a qualidade de vida das populações locais, especialmente das mais vulneráveis. A recuperação de áreas degradadas e a melhoria nas condições de vida são imperativos em um contexto onde o acesso a serviços básicos pode transformar a vida de milhões de pessoas, promovendo saúde, dignidade e desenvolvimento sustentável.
O legado após 2040 poderia chegar a R$ 972 bilhões em benefícios acumulados, representando um retorno de R$ 5,10 para cada R$ 1 investido em saneamento. Os estados que devem registrar maiores ganhos líquidos incluem Pará (30,4%), Maranhão (19,1%) e Mato Grosso (16,1%). Nele, Rondônia, Acre e Amazonas se destacam com os melhores retornos per capita.
As capitais também apresentarão retornos significativos, destacando-se Rio Branco, Porto Velho e Macapá com os maiores valores por habitante. Essa perspectiva favorável não apenas aponta para um futuro de melhorias nas condições de saúde e qualidade de vida, mas também reafirma a importância do investimento em infraestrutura de saneamento básico na evolução socioeconômica da região amazônica e do Brasil como um todo.