DIREITOS HUMANOS – Tribunal determina que Prefeitura de São Paulo apresente cronograma de alteração de nomes de ruas que homenageiam violadores dos direitos humanos.

A justiça determinou que a Prefeitura de São Paulo apresente um cronograma de alteração nos nomes de ruas que homenageiam violadores dos direitos humanos. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo após acatar um pedido de liminar feito pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo Instituto Vladimir Herzog.

O juiz Luiz Manoel Fonseca Pires, da 3ª Vara da Fazenda Pública, concedeu um prazo de 60 dias para que a prefeitura apresente um cronograma de mudanças em onze equipamentos públicos e vias considerados prioritários, todos identificados pela Comissão Nacional da Verdade.

A ação civil pública, que embasa a decisão judicial, foi apresentada pela Defensoria e pelo Instituto Vladimir Herzog com base na Lei nº 15.717, de 2013. Essa lei alterou o artigo 5º da Lei 14.454, de 2007, permitindo a mudança de nomes de ruas que homenageiam autoridades envolvidas em crimes de lesa-humanidade ou graves violações de direitos humanos.

O programa Ruas de Memória, implementado em 2016, visa a mudança nos nomes de ruas que homenageiam figuras ligadas à ditadura militar. Mais de 38 logradouros na cidade de São Paulo homenageiam pessoas vinculadas à ditadura, sendo que 22 delas estão diretamente ligadas à repressão da época do regime.

Algumas ruas já passaram por modificação, como a antiga rua Dops Sérgio Fleury, agora chamada rua Frei Tito. Entre as ruas citadas na ação civil pública para serem alteradas estão o crematório Dr. Jayme Augusto Lopes, o centro desportivo Caveirinha, a avenida presidente Castelo Branco (marginal Tietê), a ponte Senador Romeu Tuma (ponte das bandeiras), rua Trinta e Um de Março, entre outras.

Segundo o documento apresentado à Justiça, o crematório Dr. Jayme Augusto Lopes e o centro desportivo Caveirinha são exemplos emblemáticos que perpetuam a memória de indivíduos envolvidos em desaparecimentos forçados e ocultamento de cadáveres durante a ditadura militar.

Até o momento, a prefeitura de São Paulo não se manifestou sobre o assunto.

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