Segundo informações levantadas durante a Segunda Fase da Operação Escudo na Baixada Santista, 33 civis perderam suas vidas em alegados confrontos com a polícia desde o início da operação, em reação ao assassinato do policial militar da Rota Samuel Wesley Cosmo por criminosos locais.
Entre os relatos contidos no relatório, destaca-se o caso de um motorista de aplicativo que testemunhou uma emboscada da polícia que resultou na morte de um passageiro, que foi identificado como um suposto traficante. O motorista alegou ter sido ameaçado pelos policiais para manter a versão dos fatos conforme descrita por eles, o que o levou a parar de trabalhar devido ao trauma da situação.
A Operação Escudo tem sido alvo de críticas por parte de entidades de direitos humanos e parlamentares, que afirmam que a ação da polícia não está atingindo seu objetivo e, ao invés disso, tem aumentado o número de vítimas inocentes. O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo, Dimitri Sales, ressaltou a necessidade de frear imediatamente essa operação, que tem se mostrado desastrosa para a segurança pública no estado.
O relatório foi assinado por diversas organizações e parlamentares, como o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular, o Instituto Sou da Paz, e mandatos de deputados e vereadores, entre outros. Procurada para comentar as denúncias, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) declarou que as forças de segurança do Estado atuam dentro da legalidade e estão disponíveis para investigar as acusações feitas.
Diante das graves violações de direitos humanos apontadas no relatório, é urgente que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e a integridade dos cidadãos durante essas operações policiais. A sociedade civil e as autoridades competentes devem se unir para assegurar que a justiça seja feita e que abusos não se repitam no futuro.