DIREITOS HUMANOS – Relatório da Comissão Especial de Combate ao Racismo destaca falta de investimento da prefeitura do Rio em políticas de igualdade racial.



Um relatório produzido pela Comissão Especial de Combate ao Racismo (Cecor), da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, concluiu que a prefeitura não investe adequadamente em políticas de igualdade racial. De acordo com o documento, o que existe atualmente são mais discursos do que medidas concretas para lidar com o problema na cidade. Além disso, o relatório critica a ausência de programas específicos para a população negra nas peças orçamentárias do Executivo municipal.

O relatório, entregue ao prefeito Eduardo Paes, destaca que o racismo é um problema estrutural que também tem dimensões institucionais, e ressalta a importância de colocar em prática leis de combate ao racismo. A vereadora Mônica Cunha, presidente da comissão, enfatizou a necessidade de priorizar o combate ao racismo e a longo prazo, buscar a eliminação desse problema.

O documento analisa a responsabilidade do poder público municipal em três áreas: educação, saúde e cultura e patrimônio cultural. No âmbito educacional, o relatório destaca a Lei 10.639/2003, que prevê o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, mas aponta falhas na sua implementação. Em relação à saúde, o relatório pede a implementação do Programa Municipal de Saúde Integral da População Negra e a criação de um programa de cuidado e atenção à saúde mental de moradores das favelas e periferias impactados por operações policiais. Para a área cultural, é apontada a falta de editais e infraestrutura para promover expressões culturais afro-brasileiras.

O relatório traz 88 recomendações para mudar o cenário de desigualdade racial no Rio de Janeiro, incluindo a criação de uma Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial e a regulamentação da Gerência de Relações Étnico-Raciais (Gerer) da Secretaria Municipal de Educação, tornando-a uma coordenadoria permanente.

A partir de fevereiro, o relatório será entregue aos secretários municipais, e os vereadores esperam que o trabalho da Comissão de Combate ao Racismo seja ampliado. Mônica Cunha destacou a importância de tornar a comissão permanente e criticou a falta de uma comissão específica sobre igualdade racial e combate ao racismo na casa legislativa, que completou 100 anos em 2023.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura do Rio de Janeiro para comentar o relatório, mas não obteve resposta até o momento.

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