O presidente da Associação de Moradores, Amigos e Amigas da Fazenda Santa Justina e Santa Izabel, Sílvio dos Santos Soares, enfatizou que a falta de energia tem causado prejuízos, resultando até na perda de integrantes da comunidade. Santos apontou que a ausência de eletricidade dificulta a manutenção de medicamentos refrigerados e equipamentos médicos essenciais, afetando principalmente idosos e crianças. Além disso, o uso de lampiões e velas tem resultado em acidentes frequentes, especialmente entre os mais jovens, e compromete o processamento de alimentos da agricultura local.
Uma reunião agendada para a próxima terça-feira visa discutir a instalação da rede de energia elétrica com representantes de órgãos públicos, a concessionária de energia Enel e a comunidade quilombola. O atraso na eletrificação levou a manifestações, como o bloqueio da BR-101 no último dia 30 como forma de pressionar por uma solução.
O Movimento de Pequenos Agricultores, que apoia a comunidade, ressalta a importância da energia elétrica para a manutenção de Santa Justina e Santa Izabel, impedindo o êxodo dos jovens em busca de melhores condições de vida. O envolvimento da prefeitura de Mangaratiba, que cancelou a exigência de anuência dos proprietários das fazendas para a instalação da luz, representa um avanço na busca pela solução do problema.
A luta pela eletrificação do Quilombo Santa Justina e Santa Izabel reflete a importância do acesso à energia elétrica como um direito constitucional essencial para a comunidade quilombola. O desenrolar dessa situação dependerá da colaboração entre os diversos órgãos envolvidos e da pressão popular para garantir o acesso à luz elétrica, fundamental para a preservação e desenvolvimento da comunidade quilombola em Mangaratiba.