O levantamento apontou que 39% dos negros afirmaram que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpelados, enquanto 36% já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas por temor. Além disso, 46% das pessoas negras evitaram entrar em lojas de marca para evitar constrangimentos, e 32% preferiram não ir a agências bancárias.
Essas situações de preconceito e discriminação podem causar desgaste emocional e psicológico, afetando a saúde mental dos indivíduos. De acordo com a pesquisa, 73% dos negros entrevistados afirmaram que essas experiências impactam sua saúde mental. A pesquisa também revelou que 68% das pessoas entrevistadas conhecem alguém que já sofreu constrangimento por ser negro.
Diante desses dados preocupantes, o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, destacou a urgência de políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas. Ele ressaltou que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros e que é necessário romper as barreiras estruturais que perpetuam essas desigualdades.
É importante lembrar que o racismo é crime no Brasil, conforme estabelecido pela Lei nº 7.716/1989. Recentemente, a Lei nº 14.532 aumentou a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil e apresentar provas da agressão.
Neste contexto, o Dia de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, ganha ainda mais importância como um momento de reflexão e luta contra o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.