A campanha no Brasil, que propõe ocupar espaços urbanos para refletir sobre o racismo e combater a opressão militar e social contra as periferias, busca valorizar a história da cultura negra e africana no país. O evento marcou o início da campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, criada em 2017, que este ano conta com mais de 400 atividades em diferentes estados brasileiros e em outros países.
A programação na Pequena África iniciou no Cais do Valongo, principal porto de chegada de escravizados às Américas entre 1811 e 1831, seguindo para o Largo de São Francisco da Prainha, que abrigou um mercado de escravizados no século 19. A historiadora Raquel Mattoso destaca a importância de revisitar esses locais para resgatar a memória e questionar a narrativa oficial da história brasileira.
Já em São Paulo, o ato organizado pela Frente Povo Negro Vivo reuniu cerca de 200 pessoas em protesto contra a violência policial. Os manifestantes pediram o impeachment do governador e do secretário de Segurança Pública, enfatizando a necessidade de discutir a violência contra a população negra. O professor Ramatis Jacino ressaltou a importância da união dos grupos e da reflexão sobre as ações policiais que afetam as comunidades periféricas.
A iniciativa visa contribuir para a construção de uma sociedade menos desigual e promover a conscientização sobre a história e legado afro-brasileiro, fundamental para a luta antirracista.