Os estados que registraram o maior número de resgates foram Minas Gerais, com 204 trabalhadores resgatados, seguido por Goiás (126), São Paulo (54), Piauí (42) e Maranhão (42). Nas áreas rurais, o cultivo de café, alho, batata e cebola foi responsável pelo maior número de vítimas. Já na área urbana, os resgates foram principalmente em restaurantes, oficinas de costura, construção civil e trabalho doméstico.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ressaltou que o objetivo da operação é conscientizar a sociedade e o empresariado sobre a importância do respeito aos direitos trabalhistas. Ele afirmou que é inaceitável que ainda existam empresas e pessoas que submetam seres humanos ao trabalho escravo, e destacou a necessidade de um basta nessa situação.
Comparado ao ano anterior, o número de trabalhadores resgatados na operação teve um aumento significativo de 57,8%. Para o ministro Marinho, houve uma pressão para diminuir as fiscalizações nos últimos anos, mas agora, com o apoio político adequado, as ações contra o trabalho escravo estão sendo intensificadas.
No primeiro semestre de 2023, já haviam sido resgatados 2.077 trabalhadores em condições análogas à escravidão em todo o país. O valor pago em verbas rescisórias chegou a R$ 3 milhões, e cerca de R$ 2 milhões foram destinados a danos morais coletivos. Segundo o Ministério do Trabalho, esse valor ainda deve aumentar, pois muitos acordos estão sendo negociados com os empregadores ou serão judicializados.
Marinho apontou a reforma trabalhista e a terceirização do trabalho como fatores que contribuem para o trabalho escravo no Brasil. Para ele, é necessário fortalecer os sindicatos e os acordos coletivos, criando um ambiente propício para a negociação e combatendo efetivamente essa situação.
Durante a Operação Resgate III, também foram encontradas 26 crianças e adolescentes submetidos ao trabalho infantil, sendo que seis deles estavam em condições análogas à escravidão. Além disso, foram resgatados 10 trabalhadores domésticos, incluindo uma idosa de 90 anos que trabalhou por 16 anos sem carteira assinada no Rio de Janeiro.
A operação foi realizada em 22 estados e no Distrito Federal, contando com mais de 70 equipes de fiscalização que realizaram 22 inspeções. Além do resgate dos trabalhadores, o objetivo da operação é garantir o cumprimento das regras de proteção ao trabalho, coletar provas para responsabilizar criminalmente os responsáveis pela exploração e garantir a reparação dos danos causados.