Quando uma candidatura é alvo de ameaças ou violência online, é recomendado tirar um print da tela e enviar a imagem para um número no Whatsapp. A Sentinela, utilizando inteligência artificial, analisará os materiais e categorizará as violências, como ameaças de morte, estupro corretivo, LGBTFobia e discurso de ódio, para organizar e fornecer dados sobre os ataques.
Os dados coletados durante as eleições serão utilizados para a elaboração de um relatório sobre violência política LGBTfóbica, que analisará tanto as vítimas quanto as agressões. Além disso, o programa disponibiliza atendimento gratuito às vítimas de violência política, contando com profissionais de saúde mental da Clínica LGBT+ com Local, que realizarão 600 atendimentos gratuitos e sigilosos.
Gui Mohallem, da direção do VoteLGBT, destaca a importância do uso da tecnologia para fortalecer a democracia e a participação política. Com mais de 3000 candidaturas LGBT+ declaradas publicamente este ano, é visto como um momento histórico para a representatividade dessas lideranças nos espaços de decisão.
A pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil, realizada pela Terra de Direitos e Justiça Global, revela a gravidade da situação, com 542 episódios de violência política registrados nos dois meses anteriores ao primeiro turno das eleições de 2022. A LGBTfobia foi equiparada aos crimes de racismo pelo Supremo Tribunal Federal, destacando a necessidade de combater a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
Com mais de 3 mil candidaturas LGBT+ identificadas, sendo 20,3% de pessoas trans, o VoteLGBT atua há uma década em diversas frentes para apoiar lideranças, gerar dados e sensibilizar a sociedade sobre a importância da representatividade e proteção das pessoas LGBT+ na política.