A decisão sobre o fechamento foi desencadeada por um alerta que circulou na noite da quarta-feira (2) emitido por autoridades de segurança pública, indicando que a ameaça estava possivelmente ligada a grupos extremistas. A medida reflete a preocupação crescente com a segurança nas instituições, em um contexto onde a tensão entre discursos e ações violentas vem aumentando nos últimos tempos.
Esse não é um episódio isolado na história da OAB-RJ. Em um passado marcado por tragédias, a entidade já sofreu um ataque devastador em 27 de agosto de 1980, durante o regime militar. Naquela ocasião, a secretária da Ordem, Lyda Monteiro, perdeu a vida ao abrir uma carta-bomba. A correspondência estava endereçada ao então presidente da OAB, Eduardo Seabra Fagundes, mas foi fatalmente aberta por Lyda. A OAB da época estava ativa na denúncia de violações dos direitos humanos, como desaparecimentos forçados e torturas.
Anos depois, em 2015, a Comissão Estadual da Verdade (CEV) revelou os nomes dos envolvidos no atentado que resultou na morte de Lyda. Investigações levaram à identificação de um sargento do exército e outros envolvidos, que participaram do ato violento. A coleta de depoimentos de testemunhas oculares da época foi crucial para trazer à tona a verdade por trás desse capítulo sombrio da história do Brasil.
O fechamento da OAB-RJ desta quinta-feira serve como um lembrete da continuidade das ameaças enfrentadas pelas instituições do país. As ações da entidade são observadas com atenção, não apenas em relação à sua função legal, mas também no que diz respeito à proteção dos direitos humanos em um cenário de incerteza social e política.