Além disso, seis em cada dez mulheres conhecem alguém que passou por essa situação de ameaça de morte. É preocupante observar que as mulheres negras (pretas e pardas) são as mais afetadas por esse tipo de violência, sendo as principais vítimas tanto das ameaças quanto dos feminicídios.
Os dados revelados pela pesquisa também mostram que, apesar do medo imposto pelas ameaças, a maioria das vítimas, especialmente as negras, consegue romper com o agressor após a intimidação. No entanto, apenas 30% das mulheres que passaram por essa situação prestaram queixa à polícia e apenas 17% solicitaram medidas protetivas, que são importantes para garantir a segurança das vítimas.
É evidente que a impunidade dos agressores é um dos fatores que contribuem para a perpetuação da violência doméstica no país. Muitas mulheres acreditam que os agressores permanecem impunes e que a ameaça não representa um risco real de serem assassinadas. Essa sensação de impunidade também está relacionada ao aumento dos casos de feminicídio, conforme apontado pelos resultados do estudo.
Diante desse cenário preocupante, é fundamental que haja uma maior conscientização e combate efetivo à violência contra as mulheres. A rede de atendimento às vítimas precisa ser reforçada, as políticas de enfrentamento à violência devem ser mais eficazes e as autoridades policiais e judiciárias precisam encarar com seriedade as denúncias e ameaças recebidas.
No Brasil, é preciso garantir que as mulheres tenham acesso a informações e apoio adequados, seja por meio do telefone 180, das delegacias especializadas no atendimento à mulher ou das unidades da Casa da Mulher Brasileira. A violência doméstica e o feminicídio não podem ser tolerados em uma sociedade justa e igualitária. É preciso agir agora para proteger as mulheres e garantir que elas vivam livres de violência e medo.