DIREITOS HUMANOS – Mulheres das favelas do RJ enfrentam dificuldades de acesso a recursos e violência armada em defesa de direitos: pesquisa do Observatório de Favelas.



Mulheres lideram iniciativas de defesa de direitos em favelas e periferias do Rio

Um estudo realizado pelo Observatório de Favelas revelou que as mulheres enfrentam dificuldades para acessar recursos e lidam com a violência armada ao liderar iniciativas de defesa de direitos nas favelas e periferias da região metropolitana do Rio de Janeiro. A pesquisa intitulada “Mulheres, Ativismo e Violência: a luta por direitos nas favelas e periferias do Rio de Janeiro” apontou que apenas 23,5% das 115 iniciativas mapeadas contavam com algum tipo de apoio para suas atividades, sendo essenciais para garantir direitos no território.

A maioria das iniciativas está localizada na capital, principalmente na zona norte, seguida pela Baixada Fluminense, região da Grande Niterói e abrangência metropolitana. O financiamento privado ou coletivo foi predominante entre as iniciativas que recebiam apoio. A diretora do Observatório de Favelas, Raquel Willadino, destacou a importância de democratizar o financiamento público para fortalecer as ações territoriais de defesa de direitos.

A pesquisa também apontou a violência armada como um desafio significativo para as organizações lideradas por mulheres. 60% das iniciativas envolvidas relataram ter suas atividades impactadas por confrontos armados, sendo as operações policiais as principais responsáveis por interrupções. Além disso, as mulheres ativistas enfrentam violência policial, violência de grupos armados e violência política relacionada à disputa por terra e território.

Para superar esses desafios, é fundamental criar estratégias que considerem as especificidades de gênero, sexualidade e raça das ativistas que lutam por direitos nas favelas e periferias. A pesquisa destaca a importância de aperfeiçoar medidas de proteção que permitam que essas mulheres continuem suas lutas no território de origem, evitando o deslocamento como única forma de proteção. Mulheres negras e LGBTQIA+ são as principais vítimas da violência contra defensores de direitos humanos no contexto estudado.

O estudo será lançado no Observatório de Favelas e busca contribuir para o fortalecimento de políticas de proteção a defensores de direitos humanos, especialmente mulheres negras e LGBTQIA+. Organizações parceiras como Justiça Global e Instituto Marielle Franco participarão do ato de lançamento, visando promover a proteção e o fortalecimento das iniciativas lideradas por mulheres nas favelas e periferias do Rio de Janeiro.

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