Para Barroso, “prender menino pobre de periferia com pequenas quantidades de drogas” é ineficiente, uma vez que essas pessoas são rapidamente substituídas pelos traficantes. Ele defende, portanto, uma política de drogas que vá atrás dos grandes carregamentos, do dinheiro e do policiamento de fronteira, em vez de focar na prisão de jovens negros. Além disso, o presidente do STF ressaltou as conquistas do movimento negro e citou as decisões da Corte que validaram as cotas raciais nas universidades públicas.
Barroso também aproveitou o encontro para falar sobre a questão da descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Atualmente, o Supremo tem cinco votos favoráveis à descriminalização, mas o julgamento está suspenso desde agosto, quando o ministro André Mendonça pediu vista do processo. Não há previsão para a retomada do julgamento.
Durante o Dia da Consciência Negra, Barroso destacou a importância de celebrar os avanços conquistados pelo movimento negro e ressaltou que ações afirmativas, como as cotas raciais, são essenciais para promover a igualdade de oportunidades. Ele também fez um apelo para que o debate sobre a política de combate às drogas leve em consideração o impacto desproporcional que essas políticas têm sobre a população negra no país.
As declarações de Barroso geraram debate e reações, principalmente nas redes sociais, onde diversos usuários concordaram com as críticas do ministro à atual política de combate às drogas. A questão da descriminalização do porte de maconha também voltou a ser tema de discussão entre os brasileiros, que aguardam a retomada do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.