Após a restauração da democracia, o Dia da Memória, Verdade e Justiça se tornou uma data emblemática no calendário nacional argentino. Neste ano, as manifestações uniram os principais movimentos sociais e de direitos humanos, algo que não acontecia há quase duas décadas. Milhares de pessoas se reuniram em Buenos Aires e em outras cidades do país, como Córdoba, Mendoza, Rosário e Santa Fé, para protestar contra as políticas neoliberais e a postura do atual presidente, Javier Milei, em relação à ditadura militar.
Durante a marcha, diversos grupos, incluindo as entidades Mães e Avós da Praça de Maio, o movimento HIJOS, sindicatos e partidos políticos peronistas, destacaram a importância de restituir a identidade dos bebês roubados durante a ditadura. A apropriação dessas crianças por famílias ligadas aos militares foi uma prática sistemática do regime, resultando em centenas de casos não solucionados até hoje.
Além disso, o governo de Milei anunciou a desclassificação de todas as informações da Secretaria de Inteligência do Estado relacionadas ao período repressivo dos anos 1970, buscando trazer à tona a verdade sobre aqueles anos sombrios. O compromisso do presidente com os direitos humanos foi ressaltado pelo porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, destacando a importância de contar a história completa dessa época para o país.
Em resumo, o Dia da Memória, Verdade e Justiça na Argentina não é apenas uma data de homenagem às vítimas da ditadura, mas também um momento de reafirmação do compromisso com a justiça e a memória coletiva, visando garantir que os horrores do passado não se repitam no futuro.