DIREITOS HUMANOS – Manifestação de indígenas na Rodovia MS-156 em Dourados acaba com feridos e prisões após ação da polícia para desobstruir via.



Na manhã desta quarta-feira (27), indígenas Terena e Guarani Kaiowá da Reserva de Dourados, localizada no Mato Grosso do Sul, foram alvo de violência durante uma ação policial para desobstruir a Rodovia MS-156. Os nativos das comunidades Jaguapiru e Bororó protestavam devido à escassez de água no local, o que levou à intervenção das forças de segurança.

Vídeos gravados pelos próprios indígenas mostram pessoas feridas, com lesões nas pernas e orelhas. Além disso, foram encontradas munições letais não utilizadas pelos manifestantes. Lideranças indígenas relataram que os feridos foram encaminhados para o Hospital da Vida, em Dourados, sendo que três deles, incluindo duas mulheres e uma criança, precisaram de internação hospitalar. Dois indígenas foram detidos durante a ação.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) declarou que os policiais invadiram a Aldeia Jaguapiru e atacaram residências, idosos, crianças e até mesmo uma escola. A Tropa de Choque avançou em direção aos indígenas na rodovia e os empurrou para a reserva em Dourados, chegando à Aldeia Jaguapiru. O deputado estadual Pedro Kemp, do PT, repudiou a ação policial na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, afirmando que a responsabilidade será do secretário de Segurança Pública e do comando da polícia caso haja mortes entre os indígenas.

O governo do Mato Grosso do Sul justificou a ação da Polícia Militar como uma medida para garantir os direitos constitucionais após esgotadas as negociações. A polícia removeu obstáculos e apagou incêndios nas pistas, mantendo um efetivo para garantir a ordem no estado. O governo alegou ter mantido diálogo com os indígenas em busca de uma solução pacífica, lamentando os episódios de agressões.

A falta de água na região é uma questão antiga, ocorrendo há cerca de cinco anos. A escassez se deve ao aumento da população nas aldeias Jaguapiru e Bororó, onde apenas três poços atendem cerca de 18 mil indígenas. O Ministério da Saúde informou que está em andamento a perfuração de dois novos poços, além de propostas de parcerias para garantir o fornecimento de água potável de forma efetiva e duradoura.

Diante dos conflitos e da falta de resolução para o problema da água, as comunidades indígenas continuam sofrendo e lutando por seus direitos básicos, como o acesso à água, essencial para a sobrevivência e qualidade de vida desses povos. A ação policial violenta e a escassez de água são questões que evidenciam as vulnerabilidades enfrentadas pelos indígenas no Brasil.

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