DIREITOS HUMANOS – Lideranças indígenas encerram encontro no MS para debater violência e demarcação de terras em aldeias da etnia guarani kaiowá



Lideranças indígenas da etnia guarani kaiowá encerraram neste domingo (26) um encontro no Mato Grosso do Sul para discutir os diversos tipos de problemas vividos nas aldeias em áreas como saúde, educação e questões relacionadas à demarcação de terras e violência praticada por fazendeiros contra a população.

O encontro foi organizado pela Aty Guasu e teve início no dia 21, resultando em um documento com demandas que serão apresentadas às autoridades. Dentre as principais reivindicações estão voltadas à homologação de terras e demarcações. A Assembleia é uma organização existente desde 1970 e representa o povo Guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva. A comunicadora da entidade, Sally Ñhandeva, ressaltou a importância do debate sobre o que falta nas aldeias, destacando a luta pela demarcação de terra.

Em meio aos debates, dois documentaristas não indígenas, que estão preparando um filme sobre a situação dos guarani, vivenciaram de perto a violência praticada contra os indígenas. O jornalista canadense Renaud Philippe e sua esposa, a antropóloga brasileira Ana Carolina Mira Porto, decidiram deixar o evento indígena e ir até uma aldeia de Iguatemi para filmar, após ouvirem relatos de que dois indígenas haviam desaparecido.

No caminho para a aldeia, acompanhados por um morador da comunidade e um engenheiro florestal que conheceram na assembleia indígena, os documentaristas encontraram uma equipe policial que os abordou, sem mencionar nada preocupante. No entanto, ao retornarem da aldeia, encontraram homens encapuzados e armados bloqueando a estrada e foram agredidos e ameaçados de morte.

Segundo o relato dos documentaristas, os agressores cortaram um pedaço do cabelo de Philippe com uma faca e ameaçaram fazer o mesmo com Ana. No boletim de ocorrência, consta que foram levados os passaportes de Ana e Philippe, além de outros pertences. O caso está sendo acompanhado pelas defensorias públicas da União e de Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil deixou a investigação a cargo da Polícia Federal, devido ao contexto de disputa de terras envolvendo comunidades indígenas.

O encontro foi marcado por episódios de violência e tensão, demonstrando a gravidade do contexto em que vivem as comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul. As reivindicações apresentadas pelas lideranças indígenas clamam por maior proteção e respeito aos direitos territoriais das comunidades, evidenciando a necessidade urgente de ação por parte das autoridades para garantir a segurança e integridade desses povos.

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