DIREITOS HUMANOS –

Jovens em Acolhimento Enfrentam Desafios Após os 18 Anos em Novo Episódio de Caminhos da Reportagem

Na noite desta segunda-feira, 20 de novembro, o canal TV Brasil apresenta um episódio inédito da série premiada Caminhos da Reportagem, intitulado “A Vida Depois do Acolhimento”. O programa aborda de forma sensível e impactante as trajetórias de jovens que cresceram em abrigos, enfrentando o desafiador processo de transição para a vida adulta após completarem 18 anos.

Atualmente, o Brasil abriga mais de 35 mil crianças e adolescentes em cerca de 8 mil instituições de acolhimento. Esses lares temporários são uma medida extrema, geralmente necessária por conta de situações de grave vulnerabilidade, como abandono, maus-tratos, violência ou abuso. Segundo Izabel Freitas, assistente social da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, a necessidade de acolhimento surge principalmente por negligência. “Essas crianças muitas vezes não foram protegidas pela própria família, e isso revela falhas nas políticas públicas do Estado”, comenta.

O programa também traz histórias tocantes, como a de Valéria Damasceno, que foi institucionalizada ainda bebê devido ao abandono e à dependência química dos pais. Após muitas tentativas de reintegração familiar, hoje, Valéria vive com seu irmão, mas carrega o peso de experiências difíceis.

Patrícia Braga, presidente da instituição Nosso Lar, explica como ocorre o processo de acolhimento, envolvendo diversas instituições e buscando a reintegração familiar como o primeiro passo. Entretanto, se essa possibilidade não se concretizar em dois anos, as crianças são encaminhadas para o Cadastro Nacional de Adoção. Infelizmente, os dados mostram que essas crianças enfrentam longas esperas antes de serem adotadas.

Diante desse cenário, o Poder Judiciário lançou o programa Novos Caminhos, uma iniciativa nacional que busca facilitar a inserção de jovens em instituições de acolhimento no mercado de trabalho e na vida adulta. A juíza auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Cláudia Catafesta, afirma que a meta é oferecer oportunidades e apoio aos jovens, promovendo uma transição mais segura.

O programa da TV Brasil também destaca a organização Aconchego, que se tornou um exemplo positivo na área. Seu projeto Centelha já ajudou mais de 100 jovens desde 2019, proporcionando treinamentos e suporte na busca por uma vida independente.

Além do acolhimento institucional, existe também o programa Família Acolhedora, que permite que crianças e adolescentes sejam recebidos em lares familiares temporários. Essa alternativa, que envolve a capacitação dos acolhedores, visa oferecer um ambiente mais afetivo e acolhedor, enquanto a Justiça avalia o futuro das crianças.

Sirlete de Paula Moreira, que participa do programa, conta sobre suas experiências como família acolhedora. Comovida por histórias de crianças em vulnerabilidade, recebeu em sua casa irmãos pequenos, e atualmente, cuida de um menino de 12 anos. A experiência, segundo ela, é intensa e deixa marcas profundas na vida de todos os envolvidos.

Com histórias emocionantes e reflexões sobre a infância e a juventude, Caminhos da Reportagem pretende não apenas informar, mas também sensibilizar o público sobre a importância do acolhimento e da responsabilidade social em relação a essas crianças e jovens.

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