DIREITOS HUMANOS – Impactos da emergência climática agravam desigualdades sociais e raciais no emprego e renda, aponta pesquisa do Centro Brasileiro de Justiça Climática.



A emergência climática tem impactado de forma mais intensa as populações em situação de vulnerabilidade, especialmente no que diz respeito ao emprego e acesso à renda. Segundo o boletim Emprego e Renda, do Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), as pessoas negras – pretas e pardas – são as mais afetadas por essas questões, destacando-se principalmente as mulheres. Esse grupo representa a maioria dos trabalhadores informais nas áreas urbanas, dos pequenos agricultores e dos residentes em locais de risco.

A coordenadora de pesquisa do CBJC, Taynara Gomes, ressalta a importância de analisar os dados de forma segmentada e racializada, a fim de compreender melhor os impactos da crise climática em diferentes grupos populacionais. Segundo ela, os números demonstram que a população negra é mais vulnerável e enfrenta desigualdades em relação ao emprego e renda, recebendo salários mais baixos e enfrentando maiores taxas de informalidade em comparação com os trabalhadores brancos.

No campo, a situação não é diferente. A agricultura familiar, por exemplo, é composta em sua maioria por pessoas negras, que muitas vezes trabalham de forma informal e enfrentam dificuldades para ter acesso a políticas públicas e tecnologias adequadas. Além disso, a insegurança da posse de terra e os impactos das mudanças climáticas também afetam diretamente essas comunidades, levando-as a uma maior vulnerabilidade.

É importante destacar também a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, com as mulheres negras sendo as mais afetadas. Elas representam a maioria dos trabalhadores domésticos e dedicam mais horas às tarefas do lar em comparação com os homens. Essas condições agravam ainda mais a situação de vulnerabilidade dessas mulheres, colocando-as em uma posição de maior fragilidade em meio às emergências climáticas.

Diante desse cenário, é fundamental que políticas públicas e ações afirmativas sejam implementadas para garantir a proteção e o apoio a essas populações vulneráveis, combatendo as desigualdades raciais e de gênero e promovendo a justiça climática e social. A conscientização e a mobilização da sociedade também são essenciais para enfrentar os desafios impostos pela emergência climática e garantir um futuro mais igualitário e sustentável para todos.

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