DIREITOS HUMANOS – Grupo Tortura Nunca Mais entrega Medalha Chico Mendes de Resistência para defensores dos direitos humanos em evento no Rio de Janeiro.



Na noite desta segunda-feira (1), o Grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro, realizou a entrega da Medalha Chico Mendes de Resistência para pessoas e grupos que se destacam na defesa dos direitos humanos. O evento ocorreu na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FND/UFRJ) e foi marcado pela emblemática celebração dos 60 anos da implantação da ditadura militar no Brasil.

Fundado em 1985 como forma de enfrentar a violência de Estado, o Grupo Tortura Nunca Mais busca preservar a memória dos atos cometidos durante a ditadura e garantir que tais atrocidades não se repitam. A diretora da entidade, Victória Grabois, ressaltou a importância de manter viva a história daqueles que resistiram e lutaram pela democracia, mesmo diante de perseguições, torturas e mortes.

Durante a cerimônia, foram homenageados diversos ativistas e familiares de vítimas da repressão. Marta Nehring, filha do militante Norberto Nehring, integrante da Ação Libertadora Nacional e assassinado em 1970, foi uma das agraciadas. A advogada Rose Michele Rodrigues também recebeu a homenagem em nome da tia Ranúsia Alves Rodrigues, estudante universitária morta por agentes da ditadura.

Além disso, os quilombolas de Sapê do Norte, no Espírito Santo, foram lembrados pela sua luta pela demarcação e titulação de territórios ancestrais, ameaçados pela ação de grandes empresas. O Grupo Tortura Nunca Mais também prestou tributo ao grupo argentino Historias Desobedientes, formado por familiares de militares e civis responsáveis pela ditadura militar na Argentina.

A Medalha Chico Mendes de Resistência, em sua 36ª edição, é concedida anualmente no dia 1º de abril, data que o Grupo Tortura Nunca Mais considera a correta para lembrar o golpe de 1964. Nesse contexto, é importante destacar as diferentes interpretações sobre a data do golpe, com militares e pesquisadores defendendo o dia 31 de março, enquanto outros ativistas apontam o dia 1º de abril como marco da ruptura democrática no Brasil.

No evento, também foram lembrados outros homenageados, como o casal Maria Criseide da Silva e Wellington Marcelino Romana, o movimento BDS, o cantor Gonzaguinha, o político Leonel Brizola, e o pastor Mozart Noronha, todos reconhecidos por sua resistência à ditadura e defesa dos direitos humanos. A noite foi marcada por emocionantes relatos e reflexões sobre a importância de manter viva a memória daqueles que bravamente enfrentaram as injustiças do passado.

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