Segundo Monetti, é essencial reconhecer que o trabalho doméstico também é trabalho e que as mulheres que o realizam, muitas vezes desde jovens, acabam sendo exploradas ao longo da vida. Ela destaca que a sociedade vem evoluindo ao perceber que essas mulheres, em sua maioria idosas, são vítimas de exploração e que é fundamental mudar essa realidade.
Um exemplo marcante dessa violência é o caso de Maria de Moura, de 87 anos, resgatada em 2022 de uma situação análoga à escravidão em uma casa onde trabalhava há 72 anos. A história de Maria revela como a exploração e o abuso podem perdurar por décadas, privando a pessoa de sua dignidade e liberdade.
A sobrinha de Maria, Ana Luiza de Moura Lima, relata que sua tia foi trazida para trabalhar como companhia quando era criança, mas acabou se tornando uma empregada doméstica sem acesso a educação, lazer ou autonomia. A condição de Maria só foi descoberta após uma denúncia que levou à sua libertação e ao início de um processo para garantir seus direitos trabalhistas e reparação por danos morais.
A procuradora Monetti destaca a importância de divulgar casos como o de Maria para conscientizar a sociedade sobre a ilegalidade e crueldade do trabalho análogo à escravidão no ambiente doméstico. Ela ressalta que é fundamental denunciar essas situações e buscar justiça para as vítimas, que muitas vezes sofrem não apenas com a exploração do trabalho, mas também com violência psicológica e privação de direitos básicos.
O caso de Maria de Moura e outros semelhantes mostram a urgência de combater a exploração de idosas em situações de trabalho doméstico e garantir que essas mulheres sejam tratadas com dignidade e respeito. A sociedade precisa estar atenta e atuante para denunciar e combater essas formas de violência e garantir a proteção dos direitos humanos para todos.