Além disso, mais da metade desses países (52%) apresenta uma alta probabilidade de conviver com a subalimentação provocada por tais eventos. No Caribe, o índice de população que passa fome chegou a 17,2%, enquanto nos países da América Central manteve-se estável em 5,8%.
No entanto, o relatório trouxe uma boa notícia: a quantidade de pessoas com insegurança alimentar na região diminuiu significativamente em 2023 em comparação com os anos anteriores. A evolução positiva é atribuída a melhores indicadores econômicos em alguns países da América do Sul, bem como à implementação de políticas públicas voltadas para o acesso à alimentação de qualidade.
Durante a apresentação dos dados, o subdiretor-geral e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, Mario Lubetkin, destacou a importância de combater a fome e promover sistemas agroalimentares mais resilientes. Ele ressaltou que apesar dos avanços, grupos minorizados como mulheres e moradores rurais ainda sofrem mais com os impactos dos eventos climáticos extremos.
O acesso a alimentos saudáveis também foi abordado no relatório, apontando que embora tenha aumentado, o custo ainda é um obstáculo. Alimentos processados e ultraprocessados foram mencionados como preocupações, devido ao impacto na saúde e no desenvolvimento de doenças. Medidas como a elevação da taxação desses produtos foram sugeridas como forma de controlar o consumo.
Em meio a essas questões, permanecem desafios como a obesidade infantil e a desnutrição entre crianças. Mesmo sendo uma região poderosa em produção de alimentos, ainda há muito a ser feito para garantir a segurança alimentar e nutricional para todos os habitantes da América Latina e Caribe.