Joceli Andrioli, membro da coordenação do MAB, expressou sua preocupação com a gravidade da situação: “Precisamos de um protocolo específico para lidar com esse cenário. Estamos extremamente preocupados com o crescente nível de contaminação no sangue das pessoas, nos animais e nas plantas. O estudo da Fiocruz confirma nossas apreensões. Esse aumento na contaminação, especialmente nas crianças, é alarmante. Exigimos um protocolo específico e que a Vale assuma a responsabilidade por essa situação”.
No mesmo dia, celebrou-se o sexto aniversário do rompimento da barragem em Brumadinho. Para marcar a ocasião, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) organizou um ato no centro da cidade, encerrando uma semana de atividades em que clamaram por justiça. O evento contou com a presença do MAB.
Joceli também destacou a necessidade urgente de uma política de saúde específica para os afetados por barragens, não apenas em Brumadinho, mas também em outras regiões, como a Bacia do Rio Doce, atingida pelo desastre da Samarco em 2015. O colapso da barragem em Brumadinho resultou em graves impactos ambientais e socioeconômicos, afetando milhares de pessoas em diversos municípios da região. O número de vítimas fatais chegou a 272, incluindo dois bebês que ainda estavam no ventre de suas mães.
O estudo realizado pela Fiocruz revelou resultados alarmantes, com a detecção de metais em todas as crianças avaliadas e uma deterioração do cenário em comparação com análises anteriores. A exposição a esses metais tem gerado preocupações, levando os pesquisadores a recomendarem avaliações médicas para todos os participantes que apresentaram níveis acima dos limites recomendados. Além disso, houve um aumento significativo em condições como colesterol alto e doenças pulmonares entre os afetados pela tragédia. Esses dados ampliam a discussão sobre a importância de medidas de saúde específicas para as populações atingidas por desastres ambientais de grande escala.