DIREITOS HUMANOS – Estudo da Fiocruz detecta contaminação por metais em crianças de Brumadinho e Movimento MAB cobra protocolo de saúde.



No último sábado (25), os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) fizeram um apelo público pela criação de um protocolo de saúde específico para monitorar a situação das populações afetadas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Esse pedido veio à tona após a divulgação de um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que revelou um aumento significativo na presença de metais em amostras de urina de crianças de 0 a 6 anos que residem na região impactada.

Joceli Andrioli, membro da coordenação do MAB, expressou sua preocupação com a gravidade da situação: “Precisamos de um protocolo específico para lidar com esse cenário. Estamos extremamente preocupados com o crescente nível de contaminação no sangue das pessoas, nos animais e nas plantas. O estudo da Fiocruz confirma nossas apreensões. Esse aumento na contaminação, especialmente nas crianças, é alarmante. Exigimos um protocolo específico e que a Vale assuma a responsabilidade por essa situação”.

No mesmo dia, celebrou-se o sexto aniversário do rompimento da barragem em Brumadinho. Para marcar a ocasião, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) organizou um ato no centro da cidade, encerrando uma semana de atividades em que clamaram por justiça. O evento contou com a presença do MAB.

Joceli também destacou a necessidade urgente de uma política de saúde específica para os afetados por barragens, não apenas em Brumadinho, mas também em outras regiões, como a Bacia do Rio Doce, atingida pelo desastre da Samarco em 2015. O colapso da barragem em Brumadinho resultou em graves impactos ambientais e socioeconômicos, afetando milhares de pessoas em diversos municípios da região. O número de vítimas fatais chegou a 272, incluindo dois bebês que ainda estavam no ventre de suas mães.

O estudo realizado pela Fiocruz revelou resultados alarmantes, com a detecção de metais em todas as crianças avaliadas e uma deterioração do cenário em comparação com análises anteriores. A exposição a esses metais tem gerado preocupações, levando os pesquisadores a recomendarem avaliações médicas para todos os participantes que apresentaram níveis acima dos limites recomendados. Além disso, houve um aumento significativo em condições como colesterol alto e doenças pulmonares entre os afetados pela tragédia. Esses dados ampliam a discussão sobre a importância de medidas de saúde específicas para as populações atingidas por desastres ambientais de grande escala.

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