A pesquisa contou com a participação de 1.230 pessoas com 18 anos ou mais, entre os dias 20 de outubro e 3 de novembro de 2024. Um dos pontos destacados foi a preferência por modelos de trabalho remoto ou híbrido, apontada por 71% dos participantes. Esse dado é superior ao número de pessoas que já têm essa opção de trabalho atualmente, que é de 58%.
A falta de adaptações e acessibilidade nos ambientes de trabalho foi uma das principais queixas dos participantes. Um usuário cadeirante relatou em uma rede social que foi selecionado para uma vaga de emprego, mas dispensado logo em seguida porque sua cadeira de rodas não passava pela porta do banheiro. Essa situação corrobora com os dados da pesquisa, que apontam que um terço dos entrevistados não possui um ambiente de trabalho devidamente adaptado.
Além disso, a pesquisa revelou que muitos dos participantes se apresentam como pessoas com deficiência ou neurodivergência durante processos seletivos, mas que ainda há uma parcela que não se sente confortável em se declarar como tal, seja por medo de perder a vaga ou por desconhecimento sobre suas condições de saúde.
É importante ressaltar que a existência de programas de inclusão e acessibilidade nas empresas é um fator determinante para um quarto dos respondentes na hora de buscar emprego. A diretora Lia Calder da companhia 4CO enfatiza que, apesar das leis vigentes desde 1991, que visam implementar medidas de inclusão nas empresas, ainda há um longo caminho a percorrer para uma efetiva inclusão no mercado de trabalho.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também são preocupantes, mostrando a discrepância entre a porcentagem de pessoas com deficiência empregadas e as que não têm deficiência e também estão no mercado de trabalho. A informalidade e as diferenças salariais evidenciam a necessidade de mais políticas de inclusão e acessibilidade no ambiente de trabalho.