DIREITOS HUMANOS – Disparidade racial: homens negros morrem quatro vezes mais por armas de fogo do que brancos, revela estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde.



Em um estudo recente realizado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e pelo Instituto Çarê, foi constatado que, ao longo da última década, os homens negros foram vítimas de disparos de armas de fogo quatro vezes mais do que homens brancos. Os dados revelam uma realidade alarmante e trazem à tona as desigualdades estruturais presentes na sociedade brasileira.

Em 2022, um total de 10.764 homens negros perderam suas vidas em decorrência de disparos de armas de fogo em vias públicas, enquanto apenas 2.406 homens brancos enfrentaram a mesma situação. Esse cenário de violência letal evidencia a vulnerabilidade da população negra, que não apenas sofre com a violência fatal, mas também com a violência generalizada que resulta em mais internações do que a população branca.

Segundo o pesquisador Rony Coelho, do instituto, em entrevista à imprensa, os números alarmantes refletem uma triste realidade na qual a população negra é mais diretamente impactada pela violência em suas diversas formas. O estudo também apontou que essa disparidade se estende ao cenário feminino, onde as mulheres negras são vítimas de violência três vezes mais do que as brancas.

As estatísticas revelam que em 2022, 629 mulheres negras perderam suas vidas, em comparação com 207 mulheres brancas. Além disso, a pesquisa destaca que as mulheres negras enfrentam uma maior vulnerabilidade a todos os tipos de agressão quando comparadas às mulheres brancas.

A análise por faixa etária também revelou que os jovens negros entre 18 e 24 anos são os mais afetados pela violência, sendo as principais vítimas ao longo do período de 2010 a 2021. Os pesquisadores enfatizam que a redução da disparidade racial na violência depende de um acesso equitativo à educação, saúde, justiça social e segurança pública.

Diante desse panorama desolador, é urgente a implementação de políticas públicas que visem a promoção da igualdade e o combate às desigualdades estruturais que perpetuam a violência racial em nosso país. A garantia de direitos e a proteção das vidas da população negra são questões fundamentais que devem ser priorizadas pelas autoridades e pela sociedade como um todo.

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