DIREITOS HUMANOS – Discussões no G20 Social abordam racismo algorítmico e ambiental no primeiro dia de atividades autogestionadas, com destaque para impactos em populações vulneráveis.



O G20 Social iniciou suas atividades autogestionadas nesta quinta-feira (14) com discussões relevantes sobre racismo algorítmico e ambiental. O evento, que visa promover a participação da sociedade civil organizada, está acontecendo no Rio de Janeiro e conta com a presença de movimentos sociais e organizações não governamentais.

Uma das temáticas abordadas durante as atividades autogestionadas foi o impacto do racismo nas novas tecnologias, especialmente na inteligência artificial. A diretora de programas da Anistia Internacional Brasil, Alexandra Montgomery, ressaltou como a inteligência artificial pode agravar a vulnerabilidade das pessoas negras e das comunidades mais marginalizadas. Ela destacou a problemática dos algoritmos e tecnologias de reconhecimento facial, que têm gerado impactos desproporcionais, colocando em risco os direitos das populações mais afetadas.

O coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, Pablo Nunes, também abordou a questão do reconhecimento facial e como esses sistemas podem ter comportamentos racistas, prejudicando principalmente as pessoas negras. Ele ressaltou a falta de transparência no uso dessa tecnologia, acentuando os problemas estruturais existentes na sociedade.

Além do racismo algorítmico, o G20 Social também trouxe à tona o racismo ambiental, relacionado à injustiça climática. A ativista Luzia Camila evidenciou como as populações negras são as mais afetadas por eventos extremos causados pela emergência climática. Ela ressaltou a falta de políticas públicas adequadas para as periferias, contribuindo para acentuar a disparidade racial existente.

O envolvimento da sociedade civil e a participação ativa dos cidadãos foram destacados como fundamentais para promover mudanças significativas na busca por um mundo mais justo e igualitário. O G20 Social representa um espaço de diálogo e articulação que pretende sensibilizar a população e os líderes sobre as questões abordadas durante o evento.

A cúpula de líderes do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro, será o momento em que as propostas e discussões do G20 Social serão apresentadas aos chefes de Estado e de governo. O Brasil, que ocupa a presidência rotativa do G20, inovou ao promover a participação da sociedade civil antes da reunião de cúpula. A continuidade dessa iniciativa foi assegurada pela África do Sul, próximo país a sediar o G20.

Com a representatividade de 19 países e organizações internacionais, o G20 busca discutir questões globais e propor soluções para os desafios enfrentados pela economia mundial e pela sociedade como um todo. A diversidade de perspectivas e a ampla participação tornam o evento um espaço rico em reflexões e possibilidades de transformação.

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