O debate teve como objetivo sensibilizar os internautas sobre os desafios enfrentados para a efetiva inclusão do povo negro na sociedade brasileira, destacando a importância de reparar a história, acabar com a violência contra corpos negros e aumentar a representatividade negra nos espaços de poder.
O encontro virtual contou com a participação da professora e jornalista Rosane Borges; a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck; a fundadora e coordenadora de Captação de Recursos e Articulação Política do Instituto Odara da Mulher Negra, a historiadora Valdecir Nascimento; além da jornalista do canal de TV por assinatura Globo News, Flávia Oliveira; e a mediadora, a também jornalista coordenadora do Programa de Comunicação do Instituto Odara, Alane Reis.
As participantes concordaram que o racismo ainda é uma questão de extrema importância no Brasil e ressaltaram a necessidade de honrar a luta do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi dos Palmares, que se tornou um símbolo de resistência contra a escravidão colonial.
Rosane Borges destacou a importância de resistir ao processo de cooptação capitalista, escravagista, patriarcal e classista. Ela enfatizou que a resistência negra se manifesta ao denunciar que o Brasil não tem um projeto de nação, e defendeu a inclusão dos negros em todos os aspectos para que o país seja verdadeiramente uma nação.
Flávia Oliveira apontou que o Dia da Consciência Negra tem mais legitimidade que o Dia da Abolição da Escravatura, destacando a importância de pensar no significado dessa data. Ela ressaltou ainda que o acesso tecnológico pode impulsionar a resistência negra ao contribuir para aproximar e formar redes que ela chamou de “quilombos virtuais”.
O debate também abordou a homenagem a personalidades negras, como a intelectual Lélia Gonzales e o líder quilombola Zumbi dos Palmares; a importância de indicar uma mulher negra para a vaga de ministra aberta no Supremo Tribunal Federal (STF); as mortes de jovens negros em todo o país, e o assassinato da líder quilombola, a ialorixá Mãe Bernadete Pacífico, em agosto deste ano.
Valdecir Nascimento questionou a linha de investigação do assassinato de Mãe Bernadete, criticando a hipótese de que estaria relacionado ao tráfico de drogas, e enfatizou que o 20 de novembro deveria ser de luto total e de silêncio em protesto às violações de direitos.
A diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, destacou a importância de denunciar ao mundo tudo que está errado no Brasil, como os assassinatos de jovens negros por agentes de segurança pública, e enfatizou que o Dia da Consciência Negra deveria ser um dia de tambores silenciosos.
Durante o debate, dezenas de internautas se juntaram às vozes das ativistas negras, postando comentários que agradeciam a iniciativa.