DIREITOS HUMANOS – Dia da Consciência Negra: Mulheres negras debatem sobre resistências atuais no Brasil em encontro virtual.



No Dia da Consciência Negra, um grupo de cinco mulheres negras se reuniu virtualmente para discutir as resistências negras no Brasil nos dias atuais. A data, comemorada em 20 de novembro, remete à memória das lutas dos movimentos negros pelo fim da opressão, desde os tempos da escravidão, e é comemorada em várias cidades brasileiras.

O debate teve como objetivo sensibilizar os internautas sobre os desafios enfrentados para a efetiva inclusão do povo negro na sociedade brasileira, destacando a importância de reparar a história, acabar com a violência contra corpos negros e aumentar a representatividade negra nos espaços de poder.

O encontro virtual contou com a participação da professora e jornalista Rosane Borges; a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck; a fundadora e coordenadora de Captação de Recursos e Articulação Política do Instituto Odara da Mulher Negra, a historiadora Valdecir Nascimento; além da jornalista do canal de TV por assinatura Globo News, Flávia Oliveira; e a mediadora, a também jornalista coordenadora do Programa de Comunicação do Instituto Odara, Alane Reis.

As participantes concordaram que o racismo ainda é uma questão de extrema importância no Brasil e ressaltaram a necessidade de honrar a luta do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi dos Palmares, que se tornou um símbolo de resistência contra a escravidão colonial.

Rosane Borges destacou a importância de resistir ao processo de cooptação capitalista, escravagista, patriarcal e classista. Ela enfatizou que a resistência negra se manifesta ao denunciar que o Brasil não tem um projeto de nação, e defendeu a inclusão dos negros em todos os aspectos para que o país seja verdadeiramente uma nação.

Flávia Oliveira apontou que o Dia da Consciência Negra tem mais legitimidade que o Dia da Abolição da Escravatura, destacando a importância de pensar no significado dessa data. Ela ressaltou ainda que o acesso tecnológico pode impulsionar a resistência negra ao contribuir para aproximar e formar redes que ela chamou de “quilombos virtuais”.

O debate também abordou a homenagem a personalidades negras, como a intelectual Lélia Gonzales e o líder quilombola Zumbi dos Palmares; a importância de indicar uma mulher negra para a vaga de ministra aberta no Supremo Tribunal Federal (STF); as mortes de jovens negros em todo o país, e o assassinato da líder quilombola, a ialorixá Mãe Bernadete Pacífico, em agosto deste ano.

Valdecir Nascimento questionou a linha de investigação do assassinato de Mãe Bernadete, criticando a hipótese de que estaria relacionado ao tráfico de drogas, e enfatizou que o 20 de novembro deveria ser de luto total e de silêncio em protesto às violações de direitos.

A diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, destacou a importância de denunciar ao mundo tudo que está errado no Brasil, como os assassinatos de jovens negros por agentes de segurança pública, e enfatizou que o Dia da Consciência Negra deveria ser um dia de tambores silenciosos.

Durante o debate, dezenas de internautas se juntaram às vozes das ativistas negras, postando comentários que agradeciam a iniciativa.

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