Merong era uma figura de destaque na Retomada Kamakã Mongóio, localizada no Vale do Córrego de Areias, em Brumadinho. O líder indígena não se limitava apenas à defesa de seu próprio povo pataxó hã-hã-hãe, mas também apoiava outras comunidades indígenas, como os kaingang, os xokleng e os guarani, conforme afirmou a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Nascido em Contagem (MG), Merong mudou-se ainda criança para a Bahia, onde construiu sua trajetória como liderança. Sua atuação se estendeu até o Rio Grande do Sul, onde participou da Ocupação Lanceiros Negros, iniciativa de apoio às retomadas xokleng konglui e guarani mbya.
A Funai expressou profundo pesar pela perda de Merong e solidariedade com sua família e amigos. O assassinato do cacique pataxó hã-hã-hãe destaca a preocupante situação de violência enfrentada pelas comunidades indígenas no Brasil.
Os pataxó hã-hã-hãe têm territórios em áreas como a Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu, nos municípios de Itaju do Colônia, Camacã, Pau-Brasil, e na Terra Indígena Fazenda Baiana, em Camamu, na Bahia. Essas regiões têm sido frequentemente alvo de invasões e conflitos, colocando em risco a segurança e a vida dos indígenas que nelas habitam.
O assassinato de Merong Kamakã Mongoió se soma a uma série de outros casos de violência contra lideranças indígenas, como o do cacique Lucas Kariri-Sapuyá e da líder Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó. A falta de respostas e de ações efetivas para proteger os povos indígenas reflete a urgência de medidas concretas para garantir a segurança e a integridade dessas comunidades.
A Agência Brasil buscou informações sobre o caso junto à Secretaria de Segurança de Minas Gerais, mas até o momento não obteve resposta. A morte de Merong Kamakã Mongoió levanta questionamentos sobre a segurança e a proteção dos líderes indígenas em um cenário marcado pela vulnerabilidade e pela violência.