DIREITOS HUMANOS – Brasil reconhece falha na apuração do desaparecimento de trabalhador rural há mais de duas décadas



Há mais de 20 anos, o trabalhador rural Almir Muniz da Silva desapareceu na cidade de Itabaiana, na Paraíba, em circunstâncias misteriosas que até hoje não foram completamente esclarecidas. No entanto, após um longo período de investigação e negligência por parte das autoridades, o Estado Brasileiro finalmente reconheceu que houve falhas na apuração do caso.

Representantes da Advocacia-Geral da União (AGU) compareceram a uma audiência na Corte Interamericana de Direitos Humanos e admitiram a “violação de direitos e garantias internacionalmente protegidos” no caso de Almir Muniz. Além disso, formalizaram um pedido de desculpas aos familiares da vítima, reconhecendo publicamente a responsabilidade pelo sofrimento causado devido à ausência de uma investigação adequada do desaparecimento.

A declaração brasileira apontou que a investigação sobre o desaparecimento de Almir Muniz foi prejudicada pela falta de recursos materiais e humanos, o que resultou no arquivamento do inquérito policial. O Estado reconheceu sua responsabilidade internacional por ofensa ao artigo 5.1 do Pacto de San José, que prevê o direito ao respeito à integridade física, psíquica e moral de toda pessoa.

Almir Muniz era membro da Associação de Trabalhadores Rurais de Itabaiana, o que pode ter contribuído para sua condição de desaparecido. Apesar da identificação de um suspeito no caso, o inquérito policial foi arquivado por falta de provas, aprofundando a dor e o sofrimento dos familiares.

O reconhecimento público da responsabilidade e o pedido de desculpas aos familiares por parte do Estado brasileiro representam um passo crucial para a busca da justiça e reparação por violações dos Estados ao Direito Internacional. O caso de Almir Muniz da Silva, apesar de muitos anos sem solução, finalmente recebeu a atenção e a admissão de falhas por parte do Estado, o que pode trazer um certo alívio para os familiares de Almir.

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