De acordo com Salles, a decisão da Meta revela a capacidade das redes sociais de controlar o que os usuários veem e produzem, sem transparência. A redução na moderação de conteúdo pode resultar em menos transparência e critérios mais flexíveis para a remoção de conteúdo. Enquanto conteúdos ilegais continuarão sendo removidos, questões de liberdade de expressão e opiniões subjetivas podem permanecer online.
A pesquisadora também destacou a preferência das empresas de tecnologia em ter ambientes digitais menos regulados e menos transparentes. Isso se deve ao interesse em manter os usuários engajados, mesmo diante de conteúdos polêmicos ou falsos. Salles ressaltou a importância da transparência para garantir a responsabilização das plataformas e proteger os direitos dos usuários, especialmente em relação à qualidade da informação disponibilizada.
Além disso, Salles comentou sobre a decisão da Meta de encerrar parcerias de checagem de informações e moderar ações, delegando essas responsabilidades aos usuários. Segundo a pesquisadora, essa mudança pode comprometer a integridade da informação nas plataformas e gerar perdas significativas para a veracidade dos conteúdos compartilhados.
Em relação à postura da Meta em relação à regulação e a alianças com outros países, Salles alertou para a necessidade de ações institucionais fortalecidas para lidar com essas questões. Ela ressaltou a importância de critérios vinculativos de transparência e responsabilidade para as empresas atuantes no Brasil, bem como a criação de parâmetros para responsabilizá-las por práticas inadequadas.
A pesquisadora também mencionou a importância de alianças transnacionais, considerando a força coletiva de países latino-americanos para enfrentar as plataformas digitais. Salles enfatizou a necessidade de unir forças para garantir a proteção dos direitos dos usuários e a qualidade da informação nas redes sociais. A Meta foi procurada para responder às críticas, mas não se pronunciou sobre o assunto.