No dia seguinte, outro caso de violência doméstica foi registrado em Nova Iguaçu, onde uma mulher sofreu queimaduras durante uma discussão com o companheiro. O agressor jogou álcool no quarto do casal e ateou fogo, deixando a mulher com graves ferimentos. Esses casos de violência extrema contra mulheres são apenas exemplos do aumento preocupante de casos de feminicídio no estado do Rio de Janeiro.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), houve um aumento significativo no número de feminicídios e tentativas de feminicídio nos primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. As estatísticas revelam uma realidade alarmante, com um crescimento de 47,8% nos casos registrados.
A gravidade da situação levou o governo do Rio de Janeiro a destacar a importância do combate à violência contra a mulher, ressaltando a atuação das delegacias de Atendimento à Mulher e a integração entre a Polícia Civil e a Polícia Militar na investigação desses crimes. No entanto, especialistas apontam que é necessário ir além da punição dos criminosos, enfatizando a importância de campanhas preventivas, educativas e o acesso a serviços de acolhimento para as vítimas.
Para pesquisadoras entrevistadas, a prevenção da violência contra a mulher deve ser uma prioridade, com a promoção de uma cultura de respeito e igualdade de gênero. A estrutura patriarcal da sociedade brasileira, que perpetua a violência contra a mulher em diversos contextos, precisa ser desconstruída através de ações educativas e de conscientização.
Os dados do ISP-RJ também revelam a subnotificação dos casos de violência contra a mulher e a necessidade de ampliar o olhar sobre o feminicídio, que não se restringe apenas às relações domésticas. A luta contra a violência de gênero deve ser constante e envolver diferentes esferas da sociedade para garantir a segurança e a proteção das mulheres.
Diante desse cenário de aumento dos casos de feminicídio, é imprescindível que as autoridades e a sociedade como um todo se unam para combater essa grave violação dos direitos das mulheres. A justiça e a punição dos agressores são fundamentais, mas a conscientização e a prevenção são igualmente essenciais para construir um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres.