DIREITOS HUMANOS – Ato na Avenida Paulista reúne manifestantes contra projeto de lei que equipara aborto a homicídio e mobiliza a sociedade.

Na tarde deste sábado (15), a Avenida Paulista foi palco de mais uma manifestação contra o Projeto de Lei 1.904/24, que propõe equiparar o aborto de gestações acima de 22 semanas ao homicídio. Este foi o segundo protesto realizado na capital paulista durante esta semana contra o referido projeto que está em tramitação de urgência na Câmara dos Deputados.

Atualmente, no Brasil, o aborto é permitido nos casos de estupro, risco de vida para a mãe e em gestações de bebês anencéfalos, sem estabelecer um limite de tempo para a interrupção da gravidez. No entanto, o PL 1.904/24 busca fixar o prazo máximo para abortos legais em 22 semanas e aumentar a pena máxima para quem realizar o procedimento de 10 para 20 anos.

“É essencial voltarmos às ruas para mostrar que este projeto é um absurdo. Enquanto não for arquivado, as feministas continuarão nas manifestações”, afirmou Ana Luiza Trancoso, membro do Coletivo Juntas e da Frente Estadual pela Legalização do Aborto, presente no ato.

As manifestantes afirmam que, se aprovado, o projeto afetará principalmente as crianças vítimas de estupro, cujos casos demoram a ser identificados, resultando em atrasos na busca por serviços de aborto legal. Em 2022, de acordo com o Fórum de Segurança Pública, 74.930 pessoas foram estupradas no Brasil, sendo 61,4% delas crianças com até 13 anos.

A presença de homens no ato foi significativa, com destaque para René de Barros, professor aposentado, que defendeu a importância do envolvimento masculino na luta contra o projeto. Segundo ele, as mulheres e as crianças vítimas de abuso sexual são familiares de todos e é crucial que todos se mobilizem contra essa proposta.

Durante a manifestação, foi realizado um abaixo-assinado contra o Projeto de Lei 1.904/24, pedindo o arquivamento do mesmo. A Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB-SP) expressou sua preocupação com o projeto, ressaltando os impactos negativos que ele pode ter, especialmente para as mulheres mais vulneráveis.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou contrário ao projeto durante a Cúpula do G7, destacando a importância de tratar o aborto como uma questão de saúde pública. No entanto, a cobrança por uma posição mais incisiva do presidente foi feita por Ana Luiza Trancoso.

As manifestações contra o PL 1.904/24 continuam na Avenida Paulista e grupos como o Coletivo Juntas permanecem mobilizados na luta pela legalização do aborto e contra propostas que violem os direitos das mulheres e das crianças vítimas de violência.

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