DIREITOS HUMANOS – Ataque a tiros em assentamento do MST em SP resulta na morte de duas pessoas; ministro pede investigação e segurança.



Na noite da última sexta-feira, um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Tremembé (SP), foi alvo de um ataque a tiros que resultou na morte de dois membros do movimento social e deixou outras seis pessoas feridas e necessitando de atendimento hospitalar. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou em entrevista coletiva que o grupo responsável pelo ataque tinha a intenção de subtrair um lote de terra legalizado para a reforma agrária, pertencente ao assentamento Olga Benário.

Segundo Teixeira, os membros do MST estavam dentro do assentamento sem incomodar ninguém, quando os atiradores chegaram para tentar roubar o lote. Diante da situação, os assentados decidiram defender a terra, o que resultou no trágico desfecho com dois membros do movimento mortos. O ministro ressaltou a importância da polícia esclarecer a autoria do crime e garantir a segurança dos assentados, que desejam apenas tocar suas vidas e produzir alimentos.

A ação dos criminosos não abalará o programa de reforma agrária do governo federal, segundo Teixeira, que assegurou que o programa continuará avançando para assentar pessoas, promover a produção de alimentos e garantir a segurança dos assentados. A ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, esteve presente no velório das vítimas e reiterou o compromisso do governo federal em apurar o caso e proteger os movimentos sociais que estão enfrentando riscos em São Paulo.

O MST denunciou que a região onde o assentamento está localizado desperta o interesse imobiliário de grupos criminosos devido à sua localização privilegiada. Gilmar Mauro, da direção nacional do movimento, alertou para a participação de milícias armadas e políticos locais no avanço desses grupos. O Partido dos Trabalhadores pediu uma reação rápida das autoridades de segurança, classificando o ataque como um crime contra o país e contra a população. A violência não pode ficar impune, ressaltou o partido, diante da gravidade da situação e dos indícios de envolvimento de uma facção criminosa a serviço de especuladores imobiliários.

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