DIREITOS HUMANOS – “América Latina e Caribe precisam investir até 2,5% do PIB para erradicar pobreza, diz estudo durante Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social”

Na última terça-feira, durante a VI Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social da América Latina e do Caribe, foi apresentado um estudo que recomenda que os países da região destinem entre 1,5% e 2,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB), ou de 5% a 10% do gasto público anual, a políticas de proteção social. O objetivo é erradicar a pobreza, um desafio persistente em muitos territórios latino-americanos.

Alberto Arenas de Mesa, diretor da Divisão de Desenvolvimento Social da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), explicou que a necessidade de buscar novos mecanismos de financiamento é fundamental para combater a pobreza de forma eficaz. Segundo ele, se a abordagem atual permanecer a mesma, os países da região podem levar mais de três décadas para alcançar a erradicação da pobreza. Arenas enfatizou que, assim como existem padrões de investimento em áreas como saúde e educação, é essencial desenvolver um padrão de investimento público focado na proteção social não contributiva.

O evento, realizado em Brasília, serve como etapa preparatória para a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social que acontecerá em Doha, Catar, em novembro. Nesta conferência, o Brasil assumirá a presidência rotativa do evento, que irá de 2025 a 2027.

Na conferência, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social do Brasil, Wellington Dias, destacou as ações do governo que conseguiram retirar o país do Mapa da Fome, após um esforço significativo em políticas de segurança alimentar e proteção social. Ele explicou que as iniciativas incluem programas voltados para a alimentação escolar e assistência social, que visam melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros.

Dias também mencionou que, em menos de um ano, o governo já conseguiu beneficiar cerca de 29 milhões de pessoas, além de retirá-las da extrema pobreza. Ele reafirmou que a erradicação da pobreza e da fome requer uma forte vontade política e a inclusividade nas propostas orçamentárias.

O contexto internacional, segundo os participantes, é desafiador, com crises políticas e econômicas, e a conferência destacou a importância do multilateralismo. Especialistas e representantes de diferentes países ressaltaram que a cooperação entre nações, especialmente no que se refere ao fortalecimento de políticas sociais, é crucial para enfrentar problemas como a desigualdade e as mudanças climáticas.

Em uma chamada clara por um pacto global para o desenvolvimento social inclusivo, o evento reafirmou a urgência de ações conjuntas na América Latina e no Caribe, buscando um futuro em que a pobreza e a fome possam ser erradicadas de forma eficaz e sustentável. A conferência, que se estende até a quinta-feira, reúne especialistas, acadêmicos e representantes da sociedade civil, todos comprometidos com um desenvolvimento mais justo e inclusivo na região.

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