O caso, que chocou o país na época, tratou de duas acusações principais: o assassinato de Cláudia e a remoção de seu corpo do local do crime. Segundo o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, os policiais agiram em legítima defesa durante um confronto com criminosos, alegando não terem tido intenção de matar a vítima quando a balearam perto de sua residência, no Morro da Congonha, zona norte do Rio de Janeiro.
Ainda segundo a decisão judicial, o vídeo impactante que mostra o corpo de Cláudia sendo arrastado por uma viatura policial por cerca de 300 metros foi interpretado como uma tentativa de socorro por parte dos policiais, que pretendiam levá-la a uma unidade de saúde. Essa argumentação não foi suficiente para aplacar a revolta da família da vítima e de movimentos de defesa dos direitos humanos.
Além do processo criminal, a família de Cláudia buscou uma indenização pelos danos causados, mas o valor acordado não foi considerado satisfatório pelo advogado João Tancredo. Ele criticou a quantia irrisória concedida pela Justiça, ressaltando a gravidade do ocorrido e o sofrimento da família diante da perda violenta de Cláudia.
O sentimento de repúdio e indignação com a absolvição dos policiais se estendeu para além da família da vítima, com organizações e instituições repudiando a decisão. A Anistia Internacional no Brasil destacou a desumanização da vítima e das pessoas negras, enquanto a diretora executiva da organização civil Criola expressou seu choque com a falta de responsabilidade atribuída aos policiais envolvidos no caso.
A expectativa agora é que o caso desperte debates sobre a violência policial e a impunidade no sistema de justiça brasileiro, colocando em pauta questões urgentes relacionadas aos direitos humanos e à segurança pública no país. A família de Cláudia segue em busca de justiça e reparação pelos danos causados pela tragédia que se abateu sobre eles em 2014.