Apesar da queda em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 145 assassinatos, a Antra ressalta que a diferença é pequena e que os números se aproximam bastante da média anual de 125 assassinatos, levando em consideração os registros desde 2008 até 2024.
Dentre as vítimas de 2024, uma delas era suplente de vereadora e outra já havia se candidatado a um cargo político. A maioria das vítimas, 117 no total (95,9%), eram travestis e mulheres trans/transexuais, enquanto apenas cinco eram homens trans e pessoas transmasculinas.
A questão da subnotificação desses casos é destacada pela Antra, que ressalta a ausência de informações qualificadas nos órgãos governamentais responsáveis. Mesmo com essa dificuldade, a associação constatou pelo menos 1.179 assassinatos de pessoas trans ao longo dos anos, com os anos de 2017 e 2020 registrando o maior número de casos.
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Ceará foram os que apresentaram o pior cenário em 2024, liderando o ranking de assassinatos de pessoas trans. No entanto, em contrapartida, estados como Acre, Rio Grande do Norte e Roraima não tiveram registros de homicídios no mesmo ano.
Ao comparar os dados com outros países, o Brasil apresentou um aumento de 110% nos casos de assassinatos de pessoas trans desde 2008, segundo a ONG Transgender Europe. Esses números alarmantes reforçam a importância de políticas públicas e ações efetivas para a proteção e garantia dos direitos dessa parcela da população tão vulnerável e discriminada.