No entanto, as divergências presentes nas negociações representam uma ameaça real à aprovação da declaração. Um fracasso diplomático nesse sentido significaria um revés significativo para a diplomacia internacional. O governo brasileiro tem adotado uma postura cautelosa diante dessas negociações, evitando confirmar um consenso total em relação à Declaração de Líderes do G20.
Após intensas discussões conduzidas pelos diplomatas do Itamaraty, os negociadores responsáveis por liderar as delegações, os chamados “sherpas”, finalizaram um rascunho do documento base. Esse texto, que será submetido aos líderes presentes na cúpula para endosso final, ainda está sujeito a alterações de última hora.
O embaixador Mauricio Lyrio, representante diplomático do Brasil no G20, permanece disponível para consultas finais em um clima de bilateralidade com outros países que ainda levantam questionamentos. As delegações presentes no Rio se comprometeram a submeter o texto final à aprovação de seus respectivos governos antes da divulgação oficial durante a cúpula.
É importante ressaltar que as discussões envolvem temáticas sensíveis, como taxação de grandes fortunas, financiamento climático e crises internacionais, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Países como a Argentina têm apresentado objeções em diversos capítulos do acordo, o que tem prolongado as negociações.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo por consenso e bom senso entre os países participantes do G20, enfatizando a importância de temas coletivos para o desenvolvimento sustentável global. A expectativa é que a cúpula resulte em compromissos significativos, mesmo diante das divergências presentes nas negociações.