Relatos dos peritos criminais, que visitaram o local na última segunda-feira (02), fornecem um quadro preocupante: o ônibus, detido apenas pela vegetação natural, se mantém em uma posição precária. Essa precariedade torna o local inacessível e extremamente instável, com um alto risco de deslizamento que não só dificultaria a extração de informações cruciais para o inquérito, mas também colocaria em perigo direto os peritos no terreno. Coordenada pelo perito Nivaldo Cantuária, a equipe voltou do local com a constatação de que qualquer tentativa de desmontagem interna do veículo sem que ele seja primeiro realocado é inviável.
Charles Mariano, chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, sublinhou a necessidade urgente de remoção do ônibus para um terreno mais seguro. Apesar dos extensivos esforços da equipe de perícia, a fragilidade do cenário desencoraja qualquer esforço de prosseguimento da investigação in loco. A comunicação desse entrave ao delegado encarregado do caso foi imediata, reforçando as preocupações de segurança.
Desde o primeiro momento após o acidente, a equipe da Polícia Científica estava ativa, iniciando o trabalho investigativo com uma análise preliminar focada nas condições da pista e nos corpos das vítimas. O desafio dessas primeiras 24 horas foi significativo, considerando fatores como visibilidade reduzida e riscos adicionais para a equipe. Ainda assim, uma segunda visita não tardou, permitindo aos peritos, liderados por Marcelo Velez, documentar os danos visíveis e contornar o veículo.
A insistência em uma futura perícia interna do ônibus, apesar dos percalços, é evidente. A justificação é irrefutável: apenas através dessa análise poderá ser elucidado, em sua totalidade, o que de fato ocorreu nesse acidente, que tragicamente ceifou a vida de 20 pessoas. A busca pela verdade continua, pendente da superação dos desafios terrenos que, até agora, tem retardado o fechamento desse capítulo fatídico na Serra da Barriga.