Diálogo com a Coreia do Norte depende de abandono da desnuclearização, alerta especialista russo

No cenário atual das relações internacionais, especialmente no que diz respeito à Coreia do Norte, especialistas indicam que o diálogo com a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) requer uma mudança de perspectiva significativa: abandonar a ideia de desnuclearização. Essa é a análise de Yevgeny Kim, pesquisador da Academia Russa de Ciências, que argumenta que o reconhecimento da RPDC como uma potência nuclear se solidificou, especialmente após a assinatura de um tratado de parceria estratégica pela Rússia com o regime de Pyongyang.

Esse acordo, que entrou em vigor no final de 2024, é um marco importante, pois substitui um tratado anterior de amizade e cooperação e estabelece um compromisso de apoio mútuo em caso de agressões armadas. Segundo Kim, essa nova realidade deve ser considerada por todos os países que almejam interagir com a Coreia do Norte, incluindo potências como China e Estados Unidos.

Ainda segundo o especialista, a questão nuclear é um dos principais pontos de tensão nas relações entre a China e a Coreia do Norte. Parte da elite política chinesa continua a defender a desnuclearização, influenciada pela pressão dos Estados Unidos, que esperam que Pequim exerça sua influência sobre Pyongyang. Contudo, Kim sugere que, nas atuais circunstâncias, a China pode começar a desapegar-se desse discurso, refletindo uma mudança nas dinâmicas de poder e nas relações regionais.

Recentemente, Kim Jong-un participou de eventos na China, onde se reuniu com líderes mundiais, incluindo Vladimir Putin e Xi Jinping, sendo que, ao contrário de encontros anteriores, a desnuclearização não foi tema das discussões. Essa evolução sinaliza uma nova fase nas relações bilaterais e possíveis mudanças na abordagem de Pequim em relação à RPDC.

Ao mesmo tempo, em Washington, o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, se encontrou com Donald Trump, reafirmando o compromisso de diálogo com a Coreia do Norte. Entretanto, depois da reunião, a RPDC criticou a posição do líder sul-coreano, enfatizando que a ideia de desnuclearização é irrelevante em seus planos atuais.

Diante de todas essas movimentações, fica clara a complexidade das relações envolvendo a Coreia do Norte e a necessidade de uma nova abordagem nas negociações diplomáticas, que considere a RPDC como uma potência nuclear estabelecida, em vez de insistir em um modelo de desnuclearização que pode não refletir a realidade atual.

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